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ACM confirmou ter grampeado conversas de Geddel, diz revista
Do Diário OnLine
21/02/2003 | 20:50
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O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), apontado por adversários políticos como o autor das escutas telefônicas clandestinas na Bahia, teria confessado a um repórter da revista IstoÉ que mandou grampear as conversas do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). De acordo com a reportagem, o jornalista procurou ACM para questioná-lo sobre supostas denúncias de corrupção envolvendo Geddel, e então o senador contou que havia "uma coisa melhor" para contar.

ACM teria dito ao repórter, em seu gabinete no Senado, que havia gravado cerca de 200 horas de conversas "vergonhosas" do deputado, inclusive com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O conteúdo das escutas foi transformado em um documento de 170 páginas, sob o título de "Relatório Confidencial". Os grampos, segundo o senador, foram realizados entre 19 de maio e 21 de agosto de 2002.

Ainda de acordo com a revista, Antônio Carlos Magalhães contou que a íntegra das conversas foi transferida para um CD, mas que seu "pessoal" destruiu o material quando Geddel desconfiou que estava sendo grampeado e acionou a Polícia Federal. "Fiquei irritadíssimo quando soube que destruíram", teria dito o senador à IstoÉ.

ACM ainda teria permitido que o repórter tirasse uma cópia do "Relatório Confidencial", mas sob a condição de que o documento não fosse publicado. A revista, entretanto, justifica que "a dimensão do crime revelado pela Polícia Federal" a levou a divulgar a suposta prova do grampo.

A PF instaurou inquérito para apurar o caso após denúncia feita por Geddel, um dos principais inimigos políticos do senador. As escutas clandestinas teriam atingido outros 446 telefones, inclusive o da advogada Adriana Barreto, ex-namorada de ACM. Ela e o marido, Plácido Faria, depõem neste sábado, em Brasília, e prometem apresentar provas materiais contra o parlamentar baiano.

Apesar das denúncias, ACM nega que vá renunciar ao mandato. Ele garantiu que o PFL está lhe dando o apoio necessário e que jamais conversou com ninguém sobre a possibilidade de abrir mão do cargo. "Isso nunca acontecerá, pois só interessa aos maldosos que querem me prejudicar. Não posso abandonar os três milhões de eleitores que me reconduziram ao Senado", afirmou.

Eleito para um novo mandato em outubro passado, Antônio Carlos Magalhães estava afastado do Senado desde maio de 2001, quando renunciou ao cargo para fugir de um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. Ele e o então líder do governo José Roberto Arruda (PSDB) foram acusados de violar o sigilo do painel da Casa no dia em que era votada a cassação do ex-senador Luiz Estevão.




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