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Olívio Dutra enfrentará greve de professores nesta 6ª
Do Diário do Grande ABC
18/11/1999 | 17:38
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O governo petista de Olívio Dutra enfrentará sua primeira greve, e exatamente da maior categoria pública, a das professoras, que sempre o apoiou, a partir desta sexta-feira ou com a suspensao do início do próximo ano letivo, conforme nota do Cpers/Sindicato (Centro de Professores), nesta quinta-feira divulgada.

A nota convoca a categoria para uma daquelas duas alternativas, numa assembléia geral a ser realizada às 13h30min de nesta sexta-feira no auditório Araújo Vianna, no Parque da Redençao.

A nota do Cpers acusa Olívio de nao apresentar "nenhuma proposta de reajuste salarial", responsabilizando-o também pela "manutençao do desconto no salário dos aposentados, mesma medida proposta por FHC. É um verdadeiro ataque contra os trabalhadores em educaçao que sempre lutaram para construir um modelo alternativo que atendesse aos interesses do povo trabalhador".

A categoria de cerca de 90 mil professoras, que está em estado de greve, considera "inadmissível" que o Governo Olívio Dutra entre em seu segundo ano de mandato "sem que a principal reivindicaçao dos trabalhadores em educaçao seja atendida".

Contra esta situaçao, o magistério pretende usar a "força de sua mobilizaçao". O Cpers/Sindicato, cuja diretoria é integrada por petistas filiados ou simpatizantes, classificou como "uma farsa" a constituinte escolar, a principal medida do Governo Olívio Dutra até agora nesta área e que pretende contar com a participaçao de todos os setores da educaçao na definiçao de uma verdadeira escola pública.

O Cpers denuncia, ainda, pressoes de delegadas de ensino contra decisao de estudantes e trabalhadores na educaçao, que condicionaram a continuidade da constituinte escolar a uma resposta do governo à questao salarial. Também acusa o Governo Olívio Dutra de "desrespeitar a decisao da categoria sobre a constituinte".

Governo vetará reajuste salarial - O vice-governador, Miguel Rossetto (PT) disse que o governo "respeitará", embora lamente a possibilidade de paralisaçao das professoras. Ele afirmou que nao gostaria que a greve ocorresse, embora admita a impossibilidade no momento do governo conceder reajuste salarial, exatamente a principal reivindicaçao do magistério.

"O problema fundamental é de falta de recursos", alegou Miguel, lembrando a situaçao econômica difícil recebida do governo anterior, mas prevendo uma melhoria da situaçao no ano 2 mil.

Ele antecipou um já previsto veto de Olívio Dutra à lei aprovada nessa quarta-feira na Assembléia Legislativa, que altera o plano de carreira do magistério e que, ao acabar a sobreposiçao de níveis, aumentará o salário de 80% da categoria. O projeto, que sempre foi defendido pelos petistas quando na oposiçao, foi aprovado pela maioria da atual oposiçao na Assembléia, inclusive com o voto da deputada Luciana Genro (PT).

Miguel Rossetto disse que a nova lei é inviável no momento, pois criaria despesas adicionais de R$ 80/100 milhoes por ano ao estado, que nao tem condiçoes de absorver.




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