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Abertura de mercado deve beneficiar Fujimori nas eleiçoes peruanas
Do Diário do Grande ABC
03/04/2000 | 14:08
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Um país com uma economia saneada e extremamente atraente para o investimento estrangeiro por representar um dos mercados mais abertos da América Latina é um dos principais êxitos exibidos pelo presidente peruano Alberto Fujimori em sua campanha por um terceiro mandato, que será decidido nas eleiçoes presidenciais do próximo domingo.

Em dez anos de gestao, Fujimori nao apenas mudou a visao do Peru e resgatou o país do abismo ao reduzir a inflaçao de quatro dígitos (7.650% em 1990) para um algarismo (4%) em 1999, como também alcançou taxas de crescimento positivas e suas reservas monetárias somaram totais históricos (US$ 10 bilhoes).

As realizaçoes de Fujimori incluem privatizaçoes bem sucedidas e mercados rentáveis, no entanto nao repercutiram em benefício da populaçao, como indicam as pesquisas, e ampliaram, inclusive, as diferenças da sociedade peruana.

Uma pesquisa sobre níveis sócio-econômicos da populaçao peruana revela que existem grandes diferenças na populaçao, que vao de rendas mensais acima dos US$ 3 mil, no nível mais alto (4,3% dos lares), até US$ 157, no nível mais baixo (48,4% da populaçao do país).

Por outro lado, a taxa de desemprego, que atinge 8%, é uma das principais queixas dos excluídos da relativa bonanza inspirada pelo programa de tom neoliberal que Fujimori mantém desde que chegou pela primeira vez ao poder em 1990.

Além disso, os êxitos macroeconômicos nao sao suficientes para satisfazer uma populaçao que questiona o porque de uma recessao e um desemprego tao prolongados se a economia peruana será uma das poucas latino-americanas a obter este ano níveis de crescimento, resultado de uma robusta política fiscal e uma consistente vontade de nao ceder a tentaçoes populistas.

O segundo governo de Fujimori (1995-2000) mostra resultados positivos para os organismos financeiros internacionais: reduz a inflaçao de 10,2%, em 1995, para 3,7% no fechamento do ano passado, de acordo com cifras oficiais.

O Produto Interno Bruto (PIB) também exibiu vitalidade, apesar dos golpes externas da crise internacional, notadamente a brasileira e a russa. O PIB cresceu 7,3% em 1995, 2,3% em 1996, 6,9% em 1997, 0,3% em 1998 e 3,8% em 1999.

Em relaçao à dívida externa, esta também se reduziu, segundo o Banco Central de Reserva, ao passar de 33,4 bilhoes de dólares em 1995 a 28,5 bilhoes em 1999 depois beneficiar-se Peru do plano Brady.

Quanto à privatizaçao de empresas, um dos eixos da recuperaçao financeira e da modernizaçao do Peru, esta gerou rendimentos de cerca de US$ 400 milhoes em 1999 e desde que Fujimori iniciou essa venda, em 1991, as transaçoes superam os US$ 8 bilhoes, enquanto que os compromissos de investimento somam 7,193 bilhoes.

A entrada de capitais estrangeiros para a economia peruna injetou, por sua vez, uma dose de dinamismo e vitalidade à semiparalisada capacidade industrial do país. Os investimentos superam hoje os US$ 2,6 bilhoes, sendo a Espanha o principal investidor, seguido dos Estados Unidos, Gra-Bretanha e Chile. Em 1990 somavam menos de US$ 100 milhoes.

Os investimentos, que sofreram uma parada em 1998 em funçao da crise financeira internacional, abrandem nao apenas as empresas públicas como também os fundos mútuos, privados, pensoes e mercado.




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