Política Titulo Editorial
Menor do que entrou
Do Diário do Grande ABC
14/10/2018 | 11:55
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O resultado das eleições de domingo servem bem para ilustrar a situação ruim que o PT vive desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff e dos efeitos que o furacão da Operação Lava Jato significou para a sigla, que hoje amarga a ausência de sua principal liderança, Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sem contar outras tantas figuras de proa também às voltas com a Justiça.

Em que pese a legenda ter conseguido o que parecia improvável ao levar Fernando Haddad ao segundo turno, o fato é que o petismo conheceu derrotas fragorosas no Grande ABC, região considerada o berço do partido. Quarto colocado na corrida pelo governo do Estado, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho saiu menor do que entrou na disputa. Considerado o líder regional do partido e afilhado predileto do ex-presidente Lula, Marinho foi derrotado inclusive na sua cidade, a qual governou por oito anos.

Só isso seria trágico para o partido que um dia governou cinco das sete cidades do Grande ABC ao mesmo tempo, e que tem missão quase impossível na disputa pela Presidência da República contra Jair Bolsonaro. Mas é ainda pior, na medida em que Luiz Marinho só conseguiu vencer seus adversários em Diadema, primeira cidade a ser governada pelo PT, com a vitória de Gilson Menezes em 1982, logo depois da fundação da sigla. Aliás, não se pode esquecer que o ex-prefeito é também o presidente estadual da legenda.

Portanto, cabe a ele conduzir a campanha de Haddad em São Paulo, com a missão de tentar virar um jogo que parece decidido. Não será tarefa das mais fáceis para o ex-prefeito, até porque Bolsonaro, inclusive, venceu a disputa pela Presidência em todas as cidades do Grande ABC, quintal do PT e uma das principais cidadelas do partido. É bom lembrar que o resultado de agora é também reflexo das eleições de 2016, quando tucanos e seus aliados varreram o PT de todas as administrações da região, pondo fim ao que era chamado cinturão vermelho.

Assim, o resultado do próximo dia 28 vai revelar qual o tamanho e a força do PT regional e de suas lideranças para 2020. Para o petismo, o futuro é agora. 




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