O toque de recolher imposto na quarta-feira por traficantes na favela do Jardim Elba, na divisa entre São Paulo e Santo André, voltou a causar pânico nesta quinta na Zona Leste de São Paulo. O medo se expandiu e chegou até a Mooca e Vila Alpina, levando comerciantes a fecharem as portas e escolas a liberarem alunos. A ordem dos traficantes foi uma forma de homenagear os membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) mortos em uma emboscada policial na segunda-feira em Sorocaba (SP).

Às 9h desta quinta, foram enterrados no Cemitério da Vila Alpina três membros da facção mortos na ação policial. Nem a polícia nem a administração do cemitério quiseram divulgar os nomes, alegando se tratar de informação sigilosa. Um quarto integrante foi sepultado, também pela manhã, no Cemitério da Quarta Parada, no Belém.

O Diário OnLine apurou que o horário do enterro, anteriormente previsto para as 17h desta quinta, foi antecipado por razões de segurança. Desde o começo da tarde, comerciantes começaram a baixar as portas. Várias escolas do bairro ligaram para os pais solicitando que buscassem seus filhos até no máximo as 15h. "Estamos esperando o cortejo com muito medo", disse por volta das 15h um comerciante que não quis se identificar.

Pais de alunos da Universidade São Judas ligaram nesta quinta para a instituição preocupados com os filhos, já que o campus fica nas proximidades da favela do Jardim Elba. Ao contatar a polícia, a direção da universidade decidiu dispensar os alunos, atendendo ao pedido dos pais. No momento da dispensa, houve boatos de que havia uma bomba na universidade.