Com o objetivo de pressionar a bancada patronal nas negociações que ocorreram nesta sexta-feira, três empresas de autopeças pararam na quinta-feira por três horas por turno no Grande ABC e mais outras devem ter paralisações durante o dia. A categoria reivindica um acordo para a campanha salarial deste ano nos moldes do que foi acertado com as montadoras, ou seja, 11,01% de reajuste e mais abono - no caso dos fabricantes de veículos o valor foi de R$ 1.450.

As companhias que pararam foram Federal Mogul, em Diadema, e Mahle Metal Leve e Karmann Guia, em São Bernardo. "Foram paralisações de advertência. Se amanhã (hoje) não sair uma proposta semelhante a das montadoras até a assembléia, segunda-feira haverá greve por tempo indeterminado", comentou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

Na região há cerca de 30 mil trabalhadores no segmento, sendo 22 mil somente na base do sindicato. Para Nobre, a pressão deve surtir efeito na reunião de hoje, pois a paralisação nas autopeças deve gerar grande prejuízo para toda cadeia automotiva, já que a s empresas operam no limite da capacidade por conta da demanda de mercado.

Na reunião de quarta-feira, a bancada patronal ofereceu 10,4% de reajuste, um avanço perto dos 8,8% apresentados na primeira reunião. Contudo, não houve oferta de abono até então, além do índice estar abaixo do conquistado nas montadoras.

NEGOCIAÇÕES - Até o momento, apenas 50% da categoria metalúrgica na região fechou acordo coletivo - montadoras e grupo 8 (balanças e estruturas metálicas).

Na assembléia de hoje, às 18h, reunirá os trabalhadores da base de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra em todos os segmentos que ainda não fecharam acordo e que estão com aviso de greve.