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Produção de carros no País cresce 4,3%
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
05/08/2011 | 07:30
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A indústria automobilística produziu no País nos primeiros sete meses do ano 2,02 milhões de veículos, outro recorde e 4,3% mais do que no mesmo período do ano passado. Os estoques do segmento cresceram e atingiram a marca de 36 dias (tempo necessário para a desova dos carros) em julho, mais do que os 33 dias de junho e acima do patamar de 35 dias que o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Cledorvino Belini, classificou, no mês passado, como perigoso, pois começaria a impactar no custo financeiro das empresas.

O dirigente, ontem, mudou o tom do discurso, ao afirmar que o nível atual ainda não preocupa. Segundo ele, como a quantidade de carros estocados nas distribuidoras ficou praticamente estabilizada e o que cresceu mais foi o volume nos pátios das indústrias, isso aponta "uma golfada de importados", ou seja, desembarque de carros trazidos do Exterior em julho.

EMPREGOS - Além de ampliar a produção, as montadoras seguem contratando. Só em junho, foram 612 vagas abertas no segmento. É o 25º mês seguido de ampliação nos postos de trabalho das fabricantes.

Entretanto, em consequência das medidas do governo federal para frear as compras a prazo - com elevações da taxa básica de juros e aumento do depósito compulsório dos bancos, por exemplo -, a média diária de vendas de carros novos segue estabilizada há três meses. Gira na casa das 14,5 mil unidades comercializadas por dia. Isso reflete, por sua vez, os juros mais altos aos consumidores - passaram de 18,6% ao ano em junho de 2010 para 21,3% no mesmo mês deste ano - e também a elevação da inadimplência - subiu de 3,5% no setor no ano passado para atuais 3,8%.

Mesmo com a estabilização no mês a mês, a venda de veículos ainda registra alta de 8,6% de janeiro a julho frente a igual período em 2010. As importações, que representam 22% do total do mercado interno, sustentam boa parte dessa expansão.

Belini afirma que foi mantida a projeção de elevação de 5% para as vendas no País no ano todo, diante das incertezas no cenário global - problemas de dívida de países, entre os quais os Estados Unidos. "Existe uma conjuntura internacional desfavorável, não sabemos as consequências dessa crise", afirma.

Incentivo tributário não vai reduzir preços ao consumidor 

A redução de impostos que será oferecida pelo governo federal às montadoras, para ampliar a competitividade do setor frente à enxurrrada de carros e autopeças importadas, não significará redução de preços do veículo ao consumidor. Foi o que atestou ontem, em coletiva a imprensa, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.

Segundo ele, os recursos que deixarão de ser recolhidos com o incentivo deverão ser reinvestidos para ampliar a tecnologia dos carros e para aumentar a quantidade de componentes produzidos no País.

Em relação a mais detalhes do programa de regime especial automotivo, que faz parte do pacote de política industrial da presidente Dilma Rousseff, há ainda muitas incertezas. A Anfavea diz que não há definição em relação aos percentuais de redução da alíquota do imposto, nem quais as metas de contapartida serão exigidas pelo governo. No entanto, Belini não acredita em isenção do IPI. "Um setor que representa 23% do PIB industrial, se o governo zerar a alíquota, quem vai pagar a conta (do que deixara de ser arrecadado)?"




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