O ex-embaixador da China nos Estados Unidos e até agora encarregado da América Latina na chancelaria de Pequim, Yang Jiechi, foi designado nesta sexta-feira ministro das Relações Exteriores, em substituição a Li Zhaoxing.

Especialista em relações sino-americanas, Yang passou 12 anos na embaixada chinesa em Washington, onde foi embaixador de 2001 a 2005.

Natural de Xangai, estudou na Universidade de Bath, na Grã-Bretanha, e na prestigiada London School of Economics.

O novo ministro, conhecido como pessoa refinada nos círculos diplomáticos, começou a carreira no departamento de tradução da chancelaria, no qual esteve até 1983. Em 1977, conheceu George Bush pai, a quem acompanhou numa viagem ao Tibete.

Durante a presidência de Bush pai (1989-1993), Yang teve o privilégio de ser recebido na Casa Branca, gesto protocolar pouco habitual para um diplomata.

Como embaixador encarregou-se de temas difíceis, principalmente da crise provocada pelo choque entre um avião espião dos Estados Unidos e um caça chinês em 2001.

Nessa época, em discurso em Washington, empregou a imagem das "montanhas russas" para qualificar as complexas relações entre a primeira potência mundial e o gigante asiático.

"Nas relações chino-americanas precisamos de mais equilíbrio e reuniões regulares, assim como de um desenvolvimento estável e sadio", afirmou.

Até sua nomeação para dirigir a chancelaria nesta sexta-feira, era um dos sete vice-ministros e se ocupava da América Latina e de "assuntos diplomáticos relativos a Hong Kong, Macau e Taiwan".

O Comitê Permanente da ANP (Assembléia Nacional Popular), que nomeou formalmente o novo chefe da diplomacia chinesa, também confirmou outras alterações no ministério.

Wan Gan, reitor da Universidade Tongji de Xangai, foi nomeado ministro da Ciência e Tecnologia; Xu Shaoshi assumiu a pasta de Recursos Naturais e da Terra, e Chen Lei é o novo titular de Recursos da Água.