Jader afirmou, durante todo seu discurso, que "não houve uma gota d´água" que culminou em sua decisão de se afastar da presidência. Ele garante que a crise teve início com o episódio da violação do painel eletrônico da Casa, que resultou na renúncia ao cargo dos ex-senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF).
O senador deixou claro que sua posição é pessoal e que em momento algum foi forçado pela presidência de seu partido a declarar sua renúncia. "Desde o início recebi dos meus companheiros a maior solidariedade política. A minha decisão é unilateral e em favor da instituição", afirmou.
Jader reassumiu o comando do Senado nesta quinta-feira, antes de anunciar sua decisão e após ficar afastado do cargo por quase 60 dias, período concedido à ele para que pudesse se defender das denúncias de corrupção que envolvem seu nome. O pronunciamento oficial sobre sua saída será feito na segunda ou terça-feira, segundo ele, no plenário da Casa.
O presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), também em entrevista coletiva, informou que o afastamento do senador foi discutido no início desta tarde durante reunião entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e líderes peemedebistas, do PFL, PSDB e PPB. "De certa forma, acertamos o acordo com o aval do Presidente da República", disse.
Temer garantiu que nunca houve tentativa alguma em tentar manter Jader Barbalho no comando do Senado e que no encontro desta quinta essa hipótese sequer foi levantada. Ele afirmou que a posição do senador foi apenas acatada. "Jader estava disposto a deixar a presidência", declarou.
Ele disse ainda que, tão logo a renúncia for oficializada, as eleições dentro do partido para a escolha do sucessor serão realizadas.
Geddel Vieira, líder peemedebista na Casa, disse que "de forma alguma" o partido saiu como perdedor no episódio. "Derrota seria se nós deixássemos continuar essa avalanche de acontecimentos". Ele defendeu a decisão de Jader, alegando que dessa forma ele "terá tempo para esclarecer que não há provas contra ele". Geddel afirmou também que a renúncia "mostra respeito à instituição e ao partido".
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