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Bush elogia o papa e minimiza sua oposição à guerra do Iraque
Da AFP
04/04/2005 | 18:47
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George W. Bush, que será o primeiro presidente americano a assistir ao funeral de um papa, minimizou nesta segunda-feira a forte oposição de João Paulo II à guerra do Iraque. "Certamente era um homem de paz, que não gostava da guerra", admitiu Bush nesta segunda-feira, na Casa Branca ao lado do presidente ucraniano, Viktor Yushchenko. "Eu o entendi completamente e apreciei as conversas que tive com o Santo Padre sobre esse tema", acrescentou.

João Paulo II tentou em 2003 convencer o presidente americano a abandonar seus planos bélicos contra o regime de Saddam Hussein, enviando a Washington um de seus conselheiros mais próximos, também amigo da família Bush, o cardeal argentino Pio Laghi.

Mas a iniciativa não deu resultado e, segundo um ex-embaixador dos Estados Unidos no Vaticano, o papa considerou depois a guerra do Iraque um "fracasso para a humanidade".

No entanto, em suas declarações desta segunda-feira, George W. Bush privilegiou suas visões compartilhadas com o papa a respeito da "cultura da vida", um conceito desenvolvido pelo Vaticano e que o presidente republicano retomou durante sua gestão.

Primeiro presidente dos EUA no funeral de um papa - Na época da morte de Paulo VI e de João Paulo I, em 1978, Jimmy Carter era presidente dos Estados Unidos. Em 1963, quando morreu João XXIII, o governante era John Kennedy, o único presidente católico da história dos Estados Unidos.

Bush põe em primeiro lugar a religião em sua vida pessoal e intelectual, fazendo referência em seus discursos a Deus e à importância da fé na condução dos assuntos públicos.

O caso de Terri Schiavo, a mulher de 41 anos que durante 15 anos permaneceu em estado vegetativo persistente e morreu na semana passada depois de ter sido desconectada de sua sonda alimentar, levou Bush a reafirmar sua crença na "cultura da vida", que se estende também à oposição ao aborto.

Os Estados Unidos são um país de tradição protestante, em que vivem 65 milhões de católicos.

A pena de morte é outro tema que separava o Papa de Bush. Durante seus anos como governador do Texas, de 1994 a 2001, cerca de 150 condenados foram executados nesse Estado.

A conferência de bispos católicos dos Estados Unidos lançou no fim de março uma campanha em nível nacional contra a pena de morte, encabeçada pelo arcebispo de Washington, Theodore McCarrick.

Interrogado sobre a compatibilidade entre o compromisso de Bush a favor da "cultura da vida" e seu apoio à pena de morte, seu porta-voz respondeu: "É preciso diferenciar". No caso de Terri Schiavo, "falamos de vidas inocentes" e nos da pena de morte "de culpados", considerou Scott McClellan. "O presidente acredita firmemente que a pena de morte serve de dissuasão e ajuda a salvar vidas".




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