Política Titulo Editorial
Pelo fundo do ralo
Do Diário do Grande ABC
30/07/2018 | 10:28
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Setenta e oito milhões de litros de água. Essa foi a quantidade de água desviada em Santo André no primeiro semestre deste ano, resultante de fraudes no abastecimento. Até junho, foram constatadas 503 violações, segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), aumento de 40% na comparação com o mesmo período de 2017.

Chama atenção artimanhas usadas pelos golpistas para burlar o sistema, que vão desde violação de lacres e cavaletes a fraudes em hidrômetros e ligações de águas clandestinas. O prejuízo é tanto que o volume desviado neste ano seria suficiente para abastecer 931 famílias de quatro pessoas por seis meses, considerado o consumo de 14 mil litros mensais por cada uma.

Mas o que parece ser apenas um caso de polícia pode atingir proporções ainda mais graves, tendo em vista que os equipamentos adulterados podem comprometer o abastecimento de uma região e até provocar a contaminação da rede de água, o que colocaria em risco a saúde dos moradores.

O número de violações de ligação de água chegou a 768 no ano passado, alta de 34% em relação a 2016. Apenas para se ter ideia do que isso significa, a regularização desses casos gerou economia de 180 milhões de litros de água, volume suficiente para abastecer 9.000 famílias por um mês. Quantidade que precisa ser levada em conta diante da estiagem que atinge a Região Metropolitana de São Paulo.

O Semasa revela que a maior parte das ocorrências em território andreense é registrada nas vilas Palmares e Valparaíso, onde manipulação não autorizada nos cavaletes e lacres rompidos correspondem a 86% das situações.

Caso o morador seja notificado da fraude e não faça sua defesa, tem de pagar multa de, no mínimo, R$ 3.852,70. Mas, diante de situação tão grave e dos riscos aos quais a população está exposta, os órgãos responsáveis deveriam estudar punições mais severas que levariam o fraudador a pensar mais de uma vez antes de cometer a irregularidade. Seria a diferença entre pagar honestamente por seu consumo ou entrar pelo ralo.




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