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Em seu depoimento, Soler repetiu o que havia dito em juízo. “O grupo se reuniu na estação ferroviária de Capuava, em Santo André, e de lá foi para São Paulo. Quando chegamos na praça da República, o grupo se dividiu em dois e cruzou com os dois homossexuais de mãos dadas. Um deles (Silva) correu para dentro da praça e trombou com um grupo; o outro (Neto) veio na direção do grupo que eu estava e trombou comigo, mas depois saiu correndo para o Metrô.”
Soler apontou ainda alguns dos carecas que teriam espancado o adestrador. De um grupo de dez skinheads que começaram a bater em Silva ele indicou sete: Juliano Filipini Sabino (condenado a 21 anos), Henrique Velasco e Luciano Pereira Teixeira Júnior (que aguardam julgamento) e Rodrigo, Cristiano, Igor e Babá, que não foram presos.
O promotor Marcelo Milani e o advogado de Soler, Milton Bonelli, abriram mão das testemunhas e do direito à réplica durante o debate no julgamento. Os dois também chegaram a um consenso para que Soler não fosse julgado pelo homicídio, apenas pelos outros dois crimes. “O réu assumiu que participou do grupo que tentou espancar Dario. Então, entendemos que não tinha como ele bater no Edson ao mesmo tempo. Como colaborou com a Justiça, ele passa de réu a testemunha”, disse Milani.
O advogado Bonelli e o próprio Soler gostaram do resultado. “Eu poderia tentar desqualificar a tentativa de homicídio para lesão corporal, mas aí o promotor iria recorrer e o processo demoraria ainda mais”, afirmou Bonelli.
“Estou feliz. Apontei os agressores porque tinha medo de ficar preso sem ter feito nada. Apesar de ter de cumprir essa pena, estou contente porque vou ficar em casa.”
No total, o skinhead foi condenado a seis anos e oito meses de reclusão em regime aberto, mas como apontou os culpados e disse ter participado da agressão, foi enquadrado na lei que concede benefício ao réu que colabora com a Justiça. Na época do crime, Soler morava em Diadema, mas mudou-se para o interior após sair da cadeia. Como ficou preso um ano e quatro meses, terá de cumprir apenas mais dois anos.
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