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Cesta básica da região sobe mais do que a inflação no 1º semestre

Dados da Craisa mostram variação de 3,56% entre janeiro e junho; INPC chegou a 2,57%

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
28/07/2018 | 07:05
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Tânia Rêgo/Agência Brasil


A cesta básica no Grande ABC registrou aumento maior do que a inflação neste ano. Enquanto, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado do primeiro semestre chegou a 2,57%, em junho. Já para o consumidor, comparando o primeiro e o sexto mês, o aumento foi de 3,56% na hora de pagar as compras no mercado.

O levantamento é feito pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) e considera a cotação de 34 itens. Apesar de o valor de junho ter chegado à maior alta do ano, custando média de R$ 617,09, por conta da greve dos caminhoneiros, que encareceu diversos produtos, hoje o consumidor ainda paga mais caro do que no início de 2018 (mais informações na arte acima). Atualmente, a cesta custa R$ 597,89, ou seja, R$ 20 a mais do que em janeiro.

A principal vilã no carrinho de supermercado foi a cebola, que registrou a maior alta neste ano. Em comparação com 2017, houve aumento de 48,51% no preço do produto, que no ano passado custava média de R$ 2,26 o quilo e agora chega a R$ 3,36.

Segundo o engenheiro da Craisa e coordenador da pesquisa, Fábio Vezzá De Benedetto, a variação do preço é causada por conta da ausência de planejamento agrícola no Brasil. “Em 2016, a cebola estava super cara e agora subiu de novo. É um problema de falta de planejamento, não só no Brasil, mas que também atinge a Argentina, que é o principal fornecedor quando não tem este produto no País. Quando o preço sobe, muita gente começa a plantar. Aí cai, e também diminui o plantio. São necessárias políticas de abastecimento para manter a produção adequada a demanda”, explicou. Ele ressaltou também que em alguns casos são os problemas climáticos os responsáveis pela elevação.

Além da cebola, a sardinha também teve alta (12,64%) e o leite de 11,54%. “Quanto ao leite, é normal aumentar de preço durante este período. Não chove tanto e o gado precisa ser alimentado com ração,porque o pasto é insuficiente para alimentar o rebanho. Então, a produção também cai.”

Em contrapartida, a principal queda em relação ao ano passado foi no feijão (-19,28%). O produto teve altas expressivas durante 2017, principalmente por conta das condições climáticas que atrapalharam as colheitas. “Agora esta questão já está normalizada com as novas safras.”

Entre altas e baixas, a tendência é que os preços se normalizem e o valor da cesta básica diminua no resto deste ano, principalmente em comparação com junho.

Apesar da pressão dos preços para cima do último mês, a média da cesta no primeiro semestre deste ano, que fica em R$ 574,38 é menor do que no mesmo período do ano passado (R$ 578,25).

A tendência é que não suba mesmo por conta da demanda fraca, já que os consumidores também deixam de comprar alguns itens por estarem com pouco dinheiro, a não ser que tenha algum problema climático. O governo também precisa ter cuidado para que não aconteça outro imprevisto, como foi a greve dos caminhoneiros, que pressionou os preços. Mas, normalmente nesta época do ano, não há nada que prejudique os preços dos alimentos básicos”, pontuou.  




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