Da limenha Grecia Cáceres, com seu murmurante erotismo, às imagens puras e fortes como um licor sagrado da montevideana Ingrid Tempel, o público que compareceu ao lançamento do livro, na Maison de l'Amérique Latine, sentiu a energia da meditaçao poética do continente.

A antologia, com prólogo do professor universitário e tradutor francês Claude Couffon, foi publicada no México pela Linajes Editores e possui a particularidade de reunir textos de escritoras que vivem em Paris ou passaram longas temporadas na cidade.

Além das já citadas, estao no livro textos das peruanas Cecilia Bustamante e Patricia Matuk, das venezuelanas Alejandra Poleo e Diana Lichy, das argentinas Luisa Futoransky e Vivian Lofiego, das colombianas Miriam Montoya e Luisa Ballesteros, da chilena Emma Malig e da mexicana Lina Zerón.

As vozes dessas poetas, que além de musas também sao atrizes, jornalistas, professoras e pintoras, sao ouvidas ``em meio ao barulho da multidao', como diz Miriam Montoya, referindo-se ao estrondo da globalizaçao da fome e da guerra.

A poesia, lembra Ingrid Tempel, pode ser a busca de um ``antídoto contra a violência', enquanto caminhamos vestidos de sonhos pela cidade, que ``se agita, indiferente às tragédias alheias'.

Claude Couffon, tradutor de Neruda e García Márquez, entre outros, recorda em seu prólogo os caminhos abertos pelas precursoras Gabriela Mistral, Alfonsina Storni, Juana de Ibarbourou e Alejandra Pizarnik, entre outras. As escritoras incluidas na antologia trazem, segundo Couffon, ``um sopro de verdade e sinceridade (...) vao direto ao objetivo, à existência cotidiana captada e expressa com a sensibilidade do seu gênero'.

O mito do amor, mensageiro celestial, libertário e generoso, também está muito presente nas páginas das 12 escritoras.