Muitos apelos foram feitos, com pouco sucesso, para acalmar os ânimos, a fim de que a campanha eleitoral abandone o baixo nível de uma guerra suja, carregada de acusaçoes.

O chefe da missao de observadores da Organizaçao dos Estados Americanos (OEA), o guatemalteco Eduardo Stein, disse nesta semana que espera 'ver uma drástica mudança o mais breve possível no comportamento dos meios de comunicaçao", referindo-se a jornais e emissoras de televisao ligados ao Governo, que costumam lançar ataques a candidatos da oposiçao, com a finalidade de favorecer a reeleiçao do presidente Alberto Fujimori.

Bianca Jagger, integrante da Federaçao Internacional de Direitos Humanos (FIDH), disse, na quinta-feira, que um informe dessa entidade pede que 'parem de imediato com as campanhas de difamaçao e calúnia contra os candidatos presidenciais de oposiçao nos meios de comunicaçao'.

Igualmente, a Conferência Episcopal Peruana, que reúne os bispos católicos do país, lembrou que em um recente pronunciamento conjunto, seus membros expressaram a confiança de que a imprensa 'desenvolva um trabalho que se ajuste às exigências éticas, com informaçao honesta, sem fazer propaganda manipuladora ou interessada, deixando de lado tudo o que denigre a pessoa'.

A oposiçao peruana considera que importantes emissoras de televisao de sinal aberto e alguns jornais populares constituem a vanguarda do situacionismo em sua tentativa de desprestigiar os aspirantes nao governamentais.

Como exemplo do baixo nível, a oposiçao cita um programa de televisao que mostrou uma mulher alegando ter uma filha de doze anos, cujo pai seria o candidato presidencial Alejandro Toledo, o mais sério adversário de Fujimori. Toledo desmentiu a denúncia de forma indignada.