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Estoque de montadoras
cresce e preocupa setor
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/07/2011 | 07:20
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As montadoras de veículos acenderam a luz de alerta em relação aos seus estoques, que já começam a entrar em nível considerado excessivo. O setor chegou em junho a 33 dias de carros estocados, o que significa, em outras palavras, que pelo ritmo atual de vendas levaria esse período para a desova dos veículos que estão nos pátios de fabricantes e concessionárias. Em maio, eram 30 dias de estoques.

Para ajustar a produção, a Fiat determinou recesso na fábrica de Córdoba, na Argentina, nesta semana (de segunda até hoje). Além disso, a empresa fará parada técnica em um turno de uma das linhas (ao todo são três) de produção na unidade mineira de Betim, por dez dias (de 18 a 28).

Na planta fabril do país vizinho, onde é feito o modelo Siena, a empresa deixará de produzir 600 carros por dia, ou seja, serão 3.000 veículos a menos. Em Minas Gerais haverá a redução de outros 3.000, do volume de 32 mil no período no local.

A montadora informa que a interrupção de atividade na fábrica argentina tem relação com a dificuldade de embarcar carros ao País. Isso por causa da exigência recente, estabelecida pelo governo brasileiro, de haver licenças prévias para a importação (em que a autorização de embarque depende de análise que pode demorar até 60 dias).

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Cledorvino Belini, que também comanda a Fiat no Brasil, alerta que o número de dias em estoque está próximo do que ele considera anormal. “A partir de 35 dias, começa a pesar no custo financeiro das companhias”, cita.

Volkswagen, Ford e General Motors informaram que não têm previsão de férias coletivas, por enquanto. Embora essas montadoras não falem em paradas, especialistas apontam que existe a tendência de que o setor lance mão do recurso por causa do cenário de desaceleração no mercado. “O volume de vendas estava muito alto e com o desaquecimento parcial, em razão das medidas de restrição ao crédito, outras companhias terão de fazer ajustes”, diz o consultor automotivo Paulo Roberto Garbossa.

Em junho, as vendas de carros novos retraíram 4,5% frente a maio. Garbossa acrescenta que agora, em julho, por ser período de férias, tradicionalmente a comercialização já se reduz. “As pessoas param de pensar em trocar de carro e focam em viajar com a família”, afirma o especialista.




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