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Humor com verdade
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
10/06/2009 | 07:00
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O principal papel de Marco Luque no "CQC" (Custe o que Custar), da Band, é expor uma visão bem peculiar sobre os fatos que inundam os noticiários. Ao lado de Marcelo Tas e Rafinha Bastos, ele, que já foi até jogador de futebol, é responsável por satirizar as reportagens exibidas sem os cacoetes dos colegas de bancada, que diferentes dele, são jornalistas. Mas é no stand-up comedy que leva o seu nome, que apresenta no sábado no Teatro Paulo Machado de Carvalho, que o ator acredita ter encontrado a linguagem mais bem-sucedida.

"É um humor cheio de verdade: as pessoas acham engraçado porque se reconhecem nas situações. Acho que esse é o segredo do sucesso que o formato vem fazendo", opina. Antes do espetáculo solo, Luque, experimentou o estilo em apresentações com os grupos A Divina Comédia, Barbixas e no Comédia ao Vivo.

Como a praxe do formato é que o comediante escreva o próprio texto, Luque usa os mesmos critérios dos tempos em que fazia parte da trupe Terça Insana. Da mesma maneira que personagens como a empregada doméstica Mary Help e o motoboy Jackson Five, nasceram de uma bem-treinada habilidade para perceber tipos, o novo repertório de piadas fala de aspectos comuns: adolescência, relacionamentos e paralelo com filmes.

Apesar de se dividir entre TV e teatro (e ainda gravar quadros para uma rádio de São Paulo), Luque garante que há cartucho suficiente para ambos os veículos. "São trabalhos bem diferentes, mas um ajuda ao outro. Fazendo stand-up eu crio maturidade e agilidade para o 'CQC'. Não é o caso de faltar material para fazer piada", acredita.

Em cartaz no Rio até o início de julho - a partir do dia 17, quando o stand-up estreia em São Paulo, o ator se dividirá entre as capitais por esse breve período - ele não admite ter encontrado plateias resistentes nesses dois meses de espetáculo, em que se expõe muito mais para o público do que na fase do Terça Insana, protegido sob os tipos que criava. "É tudo muito sutil: algumas piadas funcionam mais com determinado tipo de plateia.Mas não houve nenhuma situação que fizesse que eu me desesperasse. Se forem frios, eu mando aumentar o ar-condicionado", brinca.

A veiculação de vídeos com trechos dos espetáculos incomoda Luque. "Nunca tive controle sobre isso e não acho legal ver meu texto na internet, mal gravado. É um hábito muito ruim do brasileiro, porque sempre pedimos que não filmem. Mas no geral, isso é mais positivo do que o contrário. Ninguém deixa de ir ao teatro por conta disso", afirma.

CQC GRAVADO - Desde o fim de maio, o "CQC", que era exibido ao vivo nas noites de segunda, passou a ser gravado, o que cortou pela metade a espontaneidade dos homens de preto. Apesar de fãs do programa organizarem uma campanha na internet pela volta da transmissão ao vivo, o apresentador não acredita que a atração tenha modificado o ritmo. "Continuamos fazendo o programa sem pausa, sem edição. É o mesmo corridão. O que gostei bastante é que agora consigo ver o programa em casa".

Marco Luque Stand-up comedy. Sábado, às 21h, no Teatro Paulo Machado de Carvalho - Alameda Conde de Porto Alegre, 840, Bairro Santa Maria. Tel.: 4220-3924. Ingr.: R$ 60.




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