Os números das dívidas acumuladas pelos departamentos responsáveis pelos serviços de saneamento básico em Santo André e Mauá com a Sabesp, pela compra de água da estatal no atacado, são de assustar qualquer administrador responsável. Afinal, os R$ 5,4 bilhões em débitos que se arrastam desde a década de 1990 são anabolizados pela cobrança de juros na medida em que o tempo passa.
Portanto, é preciso bom-senso e celeridade entre as partes para buscar acordo em que todos saiam ganhando, inclusive a população, que ao fim e ao cabo é quem vai pagar a conta. E cabe aos gestores públicos, no mínimo, tratar com zelo o dinheiro que sai do bolso do contribuinte.
Se houve erros no passado que permitiram que os débitos chegassem a valores bilionários, agora é momento de corrigir, antes que as dívidas das duas prefeituras se tornem impagáveis. Se é que já não estão nesse ponto. De todo modo, o que se espera dos gestores públicos é que se empenhem para marcar e honrar os encontros de negociação.
Nada de deixar para depois porque a eleição está à porta e é preciso correr em busca de votos, para si ou para outrem. Até porque, a prioridade deve ser com a população, e não há dúvida de que é possível colocar um olho na urna e outro nos problemas a serem resolvidos.
Nem mesmo a legislação, que veda determinadas ações das administrações públicas no período eleitoral, impede que representantes de Santo André, Mauá e Sabesp se sentem à mesa para discutir saídas para as dívidas. O governador do Estado, a quem a empresa responde, avalia que é possível avançar nas negociações, justamente porque o calendário eleitoral não proíbe que se faça um acordo.
Se quem manda de fato tem esse entendimento, deveria ordenar ao comando da Sabesp que acelere o processo. Pode até ser que a assinatura de um acordo ainda demore, mas pelo menos ficará claro que existe vontade. E não apenas blá-blá-blá.
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