Estudo do IPC Maps, cedido com exclusividade ao Diário, aponta a abertura de 6.441 empresas no Grande ABC em um ano, o que representa alta de 2,5% relação a 2017. Até abril, a região contabilizava 286.222 CNPJs abertos, segundo dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Apesar do percentual positivo, tendo em vista que o aumento é maior do que a média nacional de 0,15% no período, não há muito o que comemorar.

Especialistas ouvidos por este Diário destacam que o número não impacta diretamente na geração de empregos, tendo em vista que 96,46% desse total são negócios que possuem até nove funcionários, ou seja, 276.099.

E isso fica evidente se levado em conta que as demais faixas de empresas/funcionários tiveram queda em comparação ao ano passado. Entre negócios de 10 a 49 trabalhadores a queda foi de 5,04% (8.694 para 8.256); de 50 a 99, 6,16% (de 1.055 para 990); de 100 a 499, 10,01% (de 829 para 746); e nas com mais de 500 colaboradores, de 4,38% (de 137 para 131).

Constata-se aumento de microempresas e microempreendedores individuais no Grande ABC, o que, de acordo com o coordenador do IPC Maps e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini, não é um gerador de empregos, porque “quem deveria criar mais postos é onde tem mais funcionários”, destaca.

Outros especialistas dizem que o cenário ainda reflete a crise econômica pelo fato de o aparecimento destas empresas serem alternativas à situação e surgirem na área de serviços, com profissionais que, por exemplo, perderam o emprego na indústria. Ou ainda que as firmas pequenas não compensam as perdas das grandes.

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira revelam a existência de 13,2 milhões de desempregados no País, no trimestre encerrado em maio. O número é de assustar e revela a necessidade de medidas urgentes por parte do governo federal para que a economia possa voltar a crescer e o milagre do emprego se realizar.