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Tumultos marcam sessão em Mauá
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
15/04/2011 | 07:34
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A sessão extraordinária marcada para ontem exclusivamente para a Câmara de Mauá aprovar em definitivo o abono salarial de R$ 200 mensais, a aproximadamente 6.000 servidores públicos municipais (5.800 da Prefeitura e outros 198 da Casa), passou longe de ser tranquila, conforme o esperado.

Isso porque os vereadores travaram duas discussões árduas. A primeira sobre a possibilidade de conceder algum benefício aos cerca de 1.000 profissionais que atuam na Frente de Trabalho, que não receberão o abono. A segunda foi a troca de ataques pessoais entre Atila Jacomussi (PV) e Osvanir Carlos Estela, o Ivan (PSB). Paralelamente, o projeto foi aprovado e deverá ser sancionado pelo prefeito Oswaldo Dias (PT) semana que vem.

A plenária começou a esquentar quando Manoel Lopes (DEM) foi à tribuna cobrar para que os servidores da Frente de Trabalho também fossem contemplados. O oposicionista quis emplacar emenda ao projeto do abono, tentando equiparar os vencimentos da categoria ao salário-mínimo paulista (de R$ 600), superior ao mínimo nacional, que é percebido pelos empregados da Frente (de R$ 545).

Mas o democrata foi amplamente criticado pelos pares. "Tem vereador que quer passar por Robin Hood", comparou Luiz Alfredo Simão (PSB). Em encontro com Oswaldo, a bancada de situação concluiu ser inviável reajustar os salários da Frente de Trabalho. "Passamos isso ao Manoel. O que podemos fazer é estudar outro benefício, como um incremento à cesta básica", propôs Marcelo Oliveira (PT).

Mesmo assim, Manoel prometeu encaminhar indicação ao governo na terça-feira. Ao atentar que a Frente de Trabalho possui peculiaridades, o presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), não poupou o democrata. "É mais que um equívoco do vereador: é um atraso de mentalidade e política barata, já que cria perspectiva negativa junto a estes companheiros (trabalhadores)."

 

BATE-BOCA

No auge da discussão sobre a falta de respeito da oposição com a sustentação e vice-versa, Atila Jacomussi considerou que a situação ocorre talvez por alguns governistas possuírem "veias entupidas". O comentário atingiu Ivan em cheio, já que o socialista está com seis vias sanguíneas parcialmente interrompidas e prestes a passar por cirurgia.

Ivan, de imediato, interrompeu a fala do verde e exigiu respeito, no que Atila questionou: "O senhor se sentiu ofendido?". Após o bate-boca e a retirada do oposicionista do plenário, Ivan, filosofando, mandou recado ao colega. "Sou pedra que está à deriva. Onde ele quiser se encontrar com esta pedra para tirar satisfação, estarei à disposição."




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