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Servidores são contra taxa do Sindiserv
Karen Camacho
Do Diário do Grande ABC
25/02/2001 | 20:20
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Servidores públicos de Mauá estão revoltados com medidas adotadas pelo Sindiserv (Sindicato dos Servidores) na última segunda-feira. O principal ponto de divergência está na decisão de descontar 3% do salário de todos os não sindicalizados, divididos em três parcelas. Funcionários afirmam que vão requerer junto ao Departamento Pessoal, da Prefeitura e da Câmara, que não desconte a contribuição estabelecida pelo sindicato.

O desconto assistencial, segundo o diretor social da entidade, Jesomar Alves Lobo, que toma posse como presidente no dia 1º de março, deve acontecer a partir de março ou abril. O dinheiro será utilizado para terminar a sede social do sindicato e implementar cursos profissionalizantes.

Segundo Jesomar, quem tinha a intenção de rejeitar a proposta deveria ter comparecido à assembléia, que aconteceu na última segunda-feira na sede da entidade. “No momento em que não vieram estavam concordando com a decisão dos presentes”, afirmou.

De acordo com o próprio diretor, dos 1,1 mil sindicalizados, 45 compareceram à reunião. Jesomar, no entanto, disse que o evento foi divulgado entre os servidores por meio de boletim do sindicato e publicação em jornal.

Na mesma assembléia, outras alterações propostas pelo sindicato foram aprovadas. Entre elas a revogação do poder de voto de cerca de 150 sindicalizados que exercem função comissionada no poder público. A alegação é de que eles são de confiança do prefeito Oswaldo Dias e podem manifestar a vontade dele nas discussões e votações.

Os sindicalizados aprovaram ainda mudanças no Regimento Interno, como a regulamentação do cargo de diretor e previsão de punições, como suspensão e expulsão, para o caso de abandono de função.

O encarregado do CPD (Centro Processamento de Dados) da Câmara de Mauá, Celso Luiz Mikalauskas Toloza, disse que vai fazer uma carta ao Departamento Pessoal da Câmara pedindo que o desconto não seja efetuado. “Vou mandar uma carta também ao sindicato informando que não vou pagar e que vou defender meus diretos na Justiça se for o caso. Sou um profissional liberal e tenho o meu sindicato. Esse pessoal nunca me procurou para fazer qualquer proposta ou oferta”, disse.

Toloza, que é comissionado desde 1998, reclamou ainda do fato de a diretoria ter vetado o poder de voto dos comissionados. “Eu não posso expor minhas opiniões ao sindicato, mas na hora de tirar o nosso dinheiro eles aceitam.”

O guarda da Prefeitura Genésio Aleixo de Barros, que é sindicalizado, disse que está inconformado com a medida e que abaixo-assinados circulam entre os servidores para tentar reverter essa decisão. “Os funcionários estão se movimentando e estão descontentes com o sindicato. Nós não tivemos aumento algum. Eles acabaram de ser reeleitos e vem com essa medida. Quem não é sindicalizado, não tem obrigação alguma de contribuir”, afirmou.

O funcionário, que tem 16 anos de casa, disse que pretende se desfiliar do sindicato. “Não temos qualquer vantagem em ser filiado, não se oferece nem um convênio ou qualquer proposta”, disse Barros.




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