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Morando investiga relação de Marinho com a OAS

Ex-dono da empreiteira delatou suposto direcionamento de edital no governo petista em S.Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/06/2018 | 07:21
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Marina Brandão/Arquivo DGABC


O governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), deu início à apuração dos contratos firmados pela gestão de seu antecessor, Luiz Marinho (PT), com a OAS, depois que vazaram trechos da delação do ex-dono da empreiteira José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, que envolvem suposto direcionamento de licitação para favorecer a empresa no município durante o mandato do petista.

Léo Pinheiro, que negocia os termos de delação junto ao MPF (Ministério Público Federal), comentou que as obras de drenagem do projeto Drenar – conduzido pelo Consórcio Centro Seco (formado por OAS e Serveng) –, que envolve também a construção do Piscinão do Paço, foram acertadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pinheiro disse que enviou um diretor da OAS para falar com Marinho sobre o tema e que a gestão petista direcionou o edital para que a empreiteira vencesse. As afirmações foram reveladas pelo jornal O Globo.

Só o Piscinão do Paço foi orçado em R$ 296 milhões, com aporte substancial do governo federal, mas aditivos levaram a intervenção para R$ 353 milhões. Além disso, a obra chegou a paralisar após a OAS demitir 200 funcionários e foi retomada pelo governo de Morando.

“A atual administração da Prefeitura de São Bernardo esclarece que, por meio da Procuradoria-Geral do Município, realizou abertura de processo administrativo e vai encaminhar as providências ao Ministério Público Federal sobre o que compete a delação”, discorreu o governo tucano, por nota. “Em eventual comprovação de irregularidades, vai buscar o ressarcimento, caso tenham sido feitos pagamentos de propinas a agentes públicos provenientes de recursos do município.”

O governo Morando também suspeita dos aditivos autorizados por Marinho para a construção do Piscinão do Paço. “A atual gestão da Prefeitura de São Bernardo informa que estranha o volume de R$ 60 milhões para a obra”, declarou o Paço. Reportagem da revista IstoÉ afirma que essa quantia é investigada como suposto superfaturamento do contrato. A mesma publicação lista que a OAS assinou convênios de obras na ordem de R$ 1 bilhão em toda administração de Marinho, que teve início em janeiro de 2009 e terminou em dezembro de 2016.

Com a retomada das intervenções, formalizada em março e após avaliação de empresa externa, as obras do projeto Drenar devem ser entregues até 2019.

O Diário não localizou Marinho para comentar o episódio. A OAS foi empreiteira central da condenação de Lula, padrinho político de Marinho, pois, segundo o MPF e a Justiça Federal, comprou um triplex no Guarujá para dar ao ex-presidente como pagamento de propina de contratos firmados com o governo federal. 




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