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Governador americano espera ações e não palavras de Pyongyang
Da AFP
21/12/2010 | 10:12
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O mundo espera ações e não palavras de Pyongyang, declarou nesta terça-feira, em Pequim, o governador americano Bill Richardson, ao término de uma visita à Coreia do Norte, cujo regime aceitou a volta dos inspetores da ONU para acompanhar seu programa nuclear.

"Acho que os norte-coreanos se deram conta de que agiram muito negativamente nas negociações, que se lançaram as ações muito ruins e querem agora ir numa boa direção", declarou o ex-diplomata que viajou a Pyongyang com a missão de acalmar as tensões na península coreana.

"Concordaram com as propostas que lhes fiz. Agora são necessárias ações, não palavras", acrescentou.

"Foi uma boa visita. Estou satisfeito com os resultados", concluiu.

A Coreia do Norte aceitou na segunda-feira o retorno de inspetores da ONU encarregados de vigiar seu plano nuclear, num gesto para diminuir a tensão, segundo anunciou o atual governador do Novo México.

Richardson assinalou em um comunicado que funcionários norte-coreanos também aceitaram negociar a venda de barras de combustível nuclear a terceiros países, incluindo a Coreia do Sul, além da criação de uma comissão militar e de um 'telefone vermelho'.

Além disso, Pyongyang se absteve de fazer represálias depois dos exercícios com tiros reais realizado na véspera por parte da Coreia do Sul contra uma ilha recentemente bombardeada pelos norte-coreanos.

O anúncio da volta dos inspetores da ONU, no entanto, foi recebido com ceticismo pelos Estados Unidos.

"Nós nos ateremos ao que a Coreia do Norte faz, não ao que afirma que poderá fazer", declarou o porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley. "A questão é dar provas de continuidade e implementar esta decisão, e respeitar suas obrigações internacionais", acrescentou.

A Coreia do Norte retirou todos os equipamentos de vigilância do sítio nuclear de Yongbyon em abril de 2009, ao mesmo tempo em que pediu aos inspetores que abandonassem o país.

Depois de ter ameaçado com um "desastre", a Coreia do Norte finalmente se absteve de qualquer represália depois das manobras sul-coreanas de segunda-feira.

A Coreia do Norte afirmou que "não valia a pena responder a essa desprezível provocação", segundo informou a KCNA, a agência oficial do Estado comunista.

"O mundo saberá reconhecer com pertinência quem é o verdadeiro mentor da paz e quem é o verdadeiro provocador da guerra", afirma ainda o texto.

As manobras aconteceram em um momento de tensão, iniciado com o ataque da Coreia do Norte em 23 de novembro contra esta ilha situada no Mar Amarelo, a 12 km das costas norte-coreanas, perto do limite marítimo fixado pela ONU após a Guerra da Coreia (1950-1953). Quatro pessoas, dois militares e dois civis, morreram no bombardeio.

O regime de Pyongyang, que contesta os limites por considerar que foram traçados muito ao norte, alegou que os disparos responderam a uma salva precedente disparada pela Coreia do Sul.

Durante o fim de semana, Pyongyang prometeu um "desastre" caso Seul não desistisse dos exercícios na ilha.

Os civis de Yeonpyeong (moradores, funcionários do governo e jornalistas) e de outras quatro ilhas vizinhas passaram boa parte do dia em refúgios, por ordem do Exército.

A China, único aliado importante dos norte-coreanos - e única potência que não condeno o ataque de 23 de novembro -, pediu calma na segunda-feira e fez uma crítica implícita a Seul, ao afirmar que "ninguém tem o direito de provocar ou pregar por um conflito".

Já a diplomacia russa considerou que as manobras representam uma ameaça para a estabilidade da península coreana.

O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu no domingo, em uma reunião de emergência em Nova York, chegar a um acordo sobre a situação na península coreana.

A China vetou os pedidos das potências ocidentais por uma condenação pública da Coreia do Norte pelo ataque de 23 de novembro.




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