“Claro que ficamos contra porque não estávamos disputando aquele ponto específico da reforma, estávamos disputando o poder no país”, afirmou. Sobre a possibilidade de os partidos de oposição não votarem a favor das reformas com o mesmo argumento, João Paulo disse que este seria um comportamento “natural do sistema democrático”.
No entanto, ele acredita que o governo tem maioria para aprovar as reformas tributária e da Previdência. “Hoje no Congresso há duas maiorias: a base do governo e a base das reformas, que é muito maior que a base do governo”, afirmou.
Mas, mesmo que as propostas sejam aprovadas, como aposta o governo, as reformas não resolverão os problemas nas áreas previdenciária e tributária e não terão o grau de profundidade esperado pela sociedade, segundo João Paulo. A idéia já havia sido levantada pelo ministro Tarso Genro, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que considerada que as reformas aprovadas serão as possíveis, e não as ideais.
“Por si só, as reformas não vão resolver o problema. É um fetiche achar que elas causariam uma revolução. O que pretendemos é situar o tamanho da realidade. Ou então, acabaríamos passando uma visão de que teríamos uma mudança radical no país, o que não é uma realidade. A mudança será lenta e gradual. No Congresso, podemos protocolar a reforma ideal, mas o que sai é a reforma possível”, disse o deputado em palestra na Câmara Americana de Comércio.
Ainda durante o seminário, João Paulo afirmou que pretende estar com a parte constitucional das reformas pronta até agosto. Para isso, ele já alerta os parlamentares para uma possível convocação durante o recesso de julho, o que implicaria gastos extras de R$ 13 milhões. “Mas sai mais barato reformar e fazer o país crescer”, garantiu.
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