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João Paulo: PT não aprovou reformas porque disputava o poder
Do Diário OnLine
11/04/2003 | 15:14
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Depois de afirmar que o governo federal estaria batendo cabeça com o Legislativo, provocando uma das diversas crises internas no Partido dos Trabalhadores, o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), voltou a causar polêmica nesta sexta-feira ao afirmar que o PT não aprovou as reformas apresentadas no governo Fernando Henrique Cardoso porque estava na disputa pelo poder. Durante seminário na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, João Paulo deixou claro que o posicionamento adotado pela bancada petista na época “teve pouquíssimos motivos ideológicos”.

“Claro que ficamos contra porque não estávamos disputando aquele ponto específico da reforma, estávamos disputando o poder no país”, afirmou. Sobre a possibilidade de os partidos de oposição não votarem a favor das reformas com o mesmo argumento, João Paulo disse que este seria um comportamento “natural do sistema democrático”.

No entanto, ele acredita que o governo tem maioria para aprovar as reformas tributária e da Previdência. “Hoje no Congresso há duas maiorias: a base do governo e a base das reformas, que é muito maior que a base do governo”, afirmou.

Mas, mesmo que as propostas sejam aprovadas, como aposta o governo, as reformas não resolverão os problemas nas áreas previdenciária e tributária e não terão o grau de profundidade esperado pela sociedade, segundo João Paulo. A idéia já havia sido levantada pelo ministro Tarso Genro, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que considerada que as reformas aprovadas serão as possíveis, e não as ideais.

“Por si só, as reformas não vão resolver o problema. É um fetiche achar que elas causariam uma revolução. O que pretendemos é situar o tamanho da realidade. Ou então, acabaríamos passando uma visão de que teríamos uma mudança radical no país, o que não é uma realidade. A mudança será lenta e gradual. No Congresso, podemos protocolar a reforma ideal, mas o que sai é a reforma possível”, disse o deputado em palestra na Câmara Americana de Comércio.

Ainda durante o seminário, João Paulo afirmou que pretende estar com a parte constitucional das reformas pronta até agosto. Para isso, ele já alerta os parlamentares para uma possível convocação durante o recesso de julho, o que implicaria gastos extras de R$ 13 milhões. “Mas sai mais barato reformar e fazer o país crescer”, garantiu.




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