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Soberana nos palcos

'Bibi, Uma Vida em Musical' estreia amanhã no Teatro Bradesco, em São Paulo

Miriam Gimenes
03/05/2018 | 07:19
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Guga Melgar/Divulgação


Bibi Ferreira fez sua estreia teatral na peça Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna. O ano era 1922. Não se pode dizer, no entanto, que esta foi a primeira vez que ela pisou nos palcos. É que, por ter apenas 24 dias de vida, foi levada à cena pela madrinha, Abigail Maia, para substituir uma boneca que havia sumido minutos antes do espetáculo. E este é o ponto de partida de Bibi, Uma Vida Em Musical, que estreia amanhã, às 21h, no Teatro Bradesco, em São Paulo. O texto é de Artur Xexéo (Hebe, o Musical) e Luanna Guimarães, e a direção de Tadeu Aguiar.

O musical, que percorre todas as fases da vida de Bibi – apelido de Abigail Izquierdo Ferreira, 95 anos, filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo – fala desde a escolha do seu nome, sua preparação para os palcos, os espetáculos musicais, seus casamentos, o nascimento da filha única, Tina Ferreira, as viagens para Portugal e Inglaterra a trabalho, a homenagem da escola de samba Viradouro, em 2003, até sua chegada a um teatro da Broadway, nos Estados Unidos, aos 90 anos. “É uma vida com 77 anos de carreira, então tivemos de escolher retratar no palco os momentos de virada da história dela”, diz o diretor, Tadeu Aguiar.

No papel principal está a atriz paulistana Amanda Costa (My Fair Lady), profunda admiradora de Bibi. “A escolha foi porque além de ter um talento extraordinário, é pequenininha como a Bibi (risos). A Amanda, além de todas as qualidades artísticas e de personalidade, tinha o physique du rôle (aparência) ideal para o papel”, analisa o diretor.

Ele confessa que é muito trabalhoso interpretar Bibi e que houve momentos de tensão durante os ensaios. “A Bibi não é de outro mundo, é apenas uma operária da arte. Falei para a Amanda: ‘para de sacralizar a Bibi e faça esse ensaio lindo. Você é a líder dessa história, se começar com fragilidade...’ Ela me olhou feio, brava, e saiu chorando. E quando voltou, os ombros começaram a subir, ela cresceu e a cantou. Era o ato que acaba a peça e, ao fim, estávamos todos aos

Amanda, que faz a atriz dos 19 aos 90 anos, admite a admiração à cantora e diz que foi a fundo para interpretá-la. “O que mais me surpreendeu em sua história é ela falar que não queria ser atriz, mas, naquela época, ela fazia o que os pais mandavam. Ainda assim Bibi se apaixonou pelo dom da palavra, por se comunicar pelos palcos e então veio amor pelo ofício.” A atriz lembra que no dia da estreia do musical no Rio, Bibi a assistiu e emocionada agradeceu. “Ela me disse: ‘isso é muito trabalho, minha filha. Para nossa profissão é preciso muito trabalho’.” Talvez essa seja sua receita de longevidade.

Bibi, Uma Vida em Musical – Musical. Teatro Bradesco (Rua Palestra Itália, 500). Estreia amanhã, às 21h. Toda quinta (19h), sexta e sábado (21h) e domingo (20h30) até 15 de julho. Ingr.: R$ 75 a R$ 150, na bilheteria ou no site www.uhuu.com. 




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