Sete homens armados invadiram na noite de terça-feira um prédio de classe média na rua Vitor Pedro Dell’Antonia, na Vila Bocaina, em Mauá, e fizeram refém uma família de comerciantes chineses. Os ladrões entraram pela garagem após enganar a família, que pensou serem moradores com dificuldades para abrir o portão do prédio. A quadrilha também rendeu o porteiro e um casal de moradores. Depois, fugiu com R$ 40 mil em dinheiro, o carro da família chinesa, duas armas registradas e controles do portão automático. Ninguém se feriu.

Segundo informações da polícia, por volta das 20h30 de terça-feira, um Golf azul parou em frente à garagem do prédio e, com um controle remoto falso, um dos ocupantes do carro fingia dificuldades para acionar o circuito eletrônico que abre o portão automático. A família de chineses, que estava em um Zafira, parou logo atrás e abriu o portão para ajudar os falsos vizinhos. Ao entrarem na garagem, os ladrões renderam os comerciantes L.C., 60 anos, L.S., 34, e o adolescente L.L., 17. Um dos ladrões permaneceu no Zafira com uma das vítimas, enquanto outro rendeu o porteiro R.J., 50, e um casal de moradores do condomínio.

Outros cinco integrantes do bando entraram no apartamento dos chineses. Lá, os obrigaram a entregar R$ 40 mil em dinheiro e duas armas. Enquanto isso, o porteiro e o casal de moradores permaneciam trancados na sauna do prédio. Toda a ação levou cerca de meia hora, de acordo com a polícia e moradores do prédio.

Durante o assalto, uma moradora do prédio notou que um carro permanecia estacionado na garagem fora da vaga e ligou para a portaria. Como ninguém atendeu ao interfone, a mulher percebeu que algo estava errado e ligou para a polícia.

Moradores e comerciantes da rua dizem não ter percebido nenhuma movimentação diferente nas proximidades do prédio na noite de terça-feira. "Eu não ouvi nada. Só vi os carros da polícia porque fui até a janela", conta o morador Salvador Cari, vizinho ao prédio. A vizinhança afirma que nunca havia ocorrido qualquer assalto do tipo na área.

O síndico do prédio, José Alves Goes, acredita que os comerciantes chineses eram observados pela quadrilha há algum tempo. "O assalto deve ter sido planejado, porque seguiram o carro dos chineses e só roubaram o apartamento deles." Para Goes, a família assaltada disse que não havia recebido qualquer ameaça anterior.

Os comerciantes são proprietários de lanchonetes distribuídas no Centro de Mauá e teriam se mudado para o prédio há sete anos por achar que seria mais seguro. "O dono comprou o apartamento porque temia sofrer algum assalto na casa onde morava", afirmou o síndico. "Estou aqui há 15 anos e nunca sofremos um assalto." O fato de os assaltantes terem entrado por trás da portaria e rendido o segurança fez com o que alarme do prédio não fosse acionado, explicou o síndico.