O advogado Luiz Francisco Barbosa, que defende o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), acusado de participar do escândalo do ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votasse a favor de projetos de interesse do governo federal), disse nesta quinta-feira que considera surpreendente a acusação contra o seu cliente.

Em depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal), que decide nesta semana se aceita a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que pede abertura de inquérito contra 40 pessoas supostamente envolvidas no esquema fraudulento, Barbosa afirmou que Jefferson era a mais valiosa testemunha de acusação do caso.

O esquema de compra de votos foi denunciado pelo ex-deputado do PTB em 2005 e abalou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, segundo o advogado ele deveria ser testemunha no processo, e não réu. “Ele teria mais coisas a informar à nação”, assinalou.

Em relação às denúncias contra seu cliente, Barbosa declarou que Jefferson não pode ser acusado do crime de corrupção passiva porque não era funcionário público, e sim presidente do PTB - cargo que ocupa até hoje.

Sobre a lavagem de dinheiro, ele negou que tenha havido irregularidade na negociação de recursos do partido, por ter sido baseada em “acordos interpartidários previstos legalmente pela Lei 9.504”.