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Volpi quer mudar Lei Orgânica de Ribeirão
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
07/02/2011 | 07:25
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Denis Maciel/DGABC


O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), espera da Câmara aprovação para mudança na Lei Orgânica do município. Projeto enviado no ano passado altera redação do artigo 43, permitindo que prefeito e vice morem em outra cidade depois da posse. "Vamos imaginar que você é prefeito em uma cidade, mas tem a possibilidade de se candidatar em outra. Nesse caso, o candidato teria de se mudar a partir do mês que a legislação permite", considerou o verde.

O discurso se assemelha aos boatos de que Volpi gostaria de concorrer ao Paço de Mauá, nas próximas eleições, em 2012. Nos bastidores, circula informação que o chefe do Executivo já procura meios jurídicos para validar sua candidatura.

Porém, o prefeito pondera a colocação. "Eventualmente, se houver a possibilidade de concorrer em Mauá, teria de usar desse dispostivo na lei."

Apesar de não manifestar seu desejo, a base contrária já critica o posicionamento do prefeito. "Isso é um absurdo. Esse projeto foi feito em benefício próprio. Na realidade, ele quer voltar para Mauá. O Volpi não tem amor pela cidade. É só interesse financeiro", disparou o vereador Saulo Benevides (PV). "Prefeito não é uma profissão qualquer. Precisa ter compromisso com a cidade", completou. Benevides declarou que irá votar contra a proposta.

A aprovação na Câmara parece ser obstáculo para Volpi. O projeto causou incômodo nos corredores do Legislativo.O presidente da Casa, Gérson Constantino (PV), avalia que a discussão precisa ser aprofundada. "Esse projeto tem cunho político, por isso necessita de tratamento especial. Temos que ponderar os quadros para 2012", disse.

O parlamentar admitiu que não há prazo definido para colocar a propositura em votação. "Não houve manifestação por parte de nenhum colega. Acredito que o projeto vai permanecer na pauta", informou.

 

AUTORIZAÇÃO

A matéria também prevê que qualquer mudança na Lei Orgânica terá de passar pelo crivo do Executivo. Atualmente, basta o Legislativo votar a alteração para ela seja feita.

Volpi justificou afirmando que a medida é preventiva. "Fico pensando no futuro. Caso um prefeito não tenha maioria na Câmara, isso pode ser usado pelos parlamentares como manobra política, atrapalhando o andamento da cidade e o trabalho do prefeito".

 

Para muitos, aprovar o texto é tirar o poder do vereador. "Toda perda incomoda. Quem falar que não, está mentindo", constatou o presidente.

Benevides, por sua vez, vai além. "Se aprovar essa lei proposta pelo Volpi é melhor fechar a Câmara", criticou.




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