O juiz Baltazar Garzón começou nesta quinta-feira a executar uma contra-ofensiva para tentar impedir o repatriamento ao Chile de Augusto Pinochet. Garzón tem até 18 janeiro para convencer o ministro britânico do interior, Jack Straw, a continuar o processo de extradiçao do ex-ditador para a Espanha, em vez de devolvê-lo ao seu país. Garzón está precisando de argumentos jurídicos para enviar a Londres.

O procurador nacional Eduardo Fungairino nao apresentou nenhum argumento e se manteve na sua posiçao inicial. Fungairino estima inclusive que a Justiça espanhola nao é competente para julgar crimes cometidos no Chile.

Para os opositores à saída de Pinochet, o fato de que o laudo médico nao tenha sido transmitido à Justiça espanhola viola a Convençao international contra a tortura de 1984.

Estima por outro lado que o laudo médico de Pinochet foi ``contrário aos princípios de imparcialidade', pois foi feito na ausência de médicos designados pela Justiça espanhola e pelas partes civis, enquanto dois médicos designados pelo ex-ditador puderam participar dele.

Uma incerteza pairava ainda nesta quinta-feira sobre as chances do juiz Garzón transmitir a tempo seus argumentos ao governo britânico.