Depois de se desfiliar do MDB e acertar sua entrada ao DEM às vésperas do limite estabelecido pela legislação eleitoral, o ex-prefeito de São Caetano Paulo Pinheiro admite possível candidatura a deputado – os democratas cogitam lançá-lo a federal. Em entrevista na sede do Diário, o político afirmou que a decisão de participar do pleito de outubro depende da nova legenda. “Estou conversando com o partido sobre a possibilidade de ser candidato. Se quiserem, vamos conversar (em relação à viabilidade). Depende da necessidade da sigla, mas queremos a definição o quanto antes da intenção de ser candidato a estadual ou federal.”

Com o período da janela partidária finalizado no começo de abril, o DEM foi o partido que mais cresceu em número de federais: dez novos parlamentares. “A legenda é hoje benquista em nível nacional e seus representantes estão mostrando seu trabalho”, pontuou Pinheiro, que resgata suas origens com a migração, uma vez que teve suas primeiras vitórias à vereança pelo antigo PFL. A representatividade da legenda na região, no entanto, ainda é baixa – apenas sete vereadores eleitos em 2016.

Já sintonizado com a empreitada da nova ‘casa’, Pinheiro teceu elogios a uma possível candidatura do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao Palácio do Planalto. “O Rodrigo Maia é importante (à sigla) e tem sido um bom articulador político. Queria que tivesse candidatura própria e vejo que ele é bem querido, tem pouca rejeição, mesmo outros partidos não falam mal dele. Não apontam atitudes que não tenham sido sensatas, possui trânsito bom pelo Brasil todo e, se for candidato, pode fazer campanha interessante”, avaliou o democrata.

O ex-chefe do Executivo são-caetanense sustentou que a sua saída do MDB se deu após desentendimentos com a executiva estadual da sigla, justamente quem endossou sua inserção em 2011. “Quando fui para o MDB tinha o sentido de fazer crescer o partido na cidade, isso eu fiz. Não tinha vereador e quando me elegi prefeito tivemos três (cadeiras). No meu mandato tínhamos cinco vereadores da legenda. Fui para a reeleição e não ganhei, houve atitude da executiva estadual, que resolveu alterar a condução do partido, de diretório para comissão provisória e depois outros movimentos de mudar a presidência da comissão, sem me consultar”, criticou. O ex-prefeito descartou, por outro lado, problemas com o atual comandante da legenda, o presidente da Câmara, vereador Pio Mielo, recém-nomeado ao posto.

O democrata evitou apontar críticas à administração do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), que completou 15 meses de mandato. “Tem que contribuir com a cidade, todo mundo torce por boa gestão, é a intenção de quem quer o bem da cidade. Não posso falar sobre o governo, como ex-prefeito, o morador do município é quem pode dar opinião. Vamos torcer por bom governo”, resumiu.

Para ele, o diretório municipal do DEM deve trabalhar para ampliar tanto o quadro de filiados quanto a bancada de vereadores em 2020 – atualmente, são dois: Dr. Seraphim e Mauricio Fernandes. “Quero que a bancada dobre na próxima eleição, a tendência é de aumento da bancada. Vou trabalhar para isso e também para a elevação do número de filiados nos próximos anos”, concluiu. O comando local do DEM ficará com Seraphim.