Indiciado por lesão corporal dolosa grave em caso de repercussão nacional, o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), registrou BO (Boletim de Ocorrência) na quarta-feira por ameaças contra ele e sua família – o filho do ex-parlamentar, Leandro Eduardo Marinho, foi indiciado pelo mesmo crime. Os dois responderão por agressão ao empresário Carlos Alberto Bettoni, 56 anos, que teve traumatismo craniano e segue internado na UTI.

Maninho relatou à Polícia Civil que, desde o ocorrido, no dia 5, ele próprio e sua família têm recebido ameaças de morte, através de ligações anônimas e postagens no Facebook. O petista e o filho foram gravados agredindo Bettoni, nas redondezas do Instituto Lula, na Capital, depois de o empresário ter ido provocar militantes do PT que se concentravam no local em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que naquele dia teve a prisão decretada pelo juiz federal Sérgio Moro.

Políticos próximos ao petista relataram ao Diário também ter recebido ameaças por telefone na semana passada. A filha de Maninho teria sido hostilizada em um supermercado.

Ontem, na primeira sessão na Câmara após o indiciamento de Maninho e de seu filho, os três vereadores da bancada do PT na cidade (Ronaldo Lacerda, Josa Queiroz e Orlando Vitoriano) saíram em defesa do correligionário. Exaltado, Ronaldo comparou a atitude de Bettoni, de chamar Lula de bandido em meio a um grupo de petistas, à rivalidade entre torcidas do Corinthians e do Palmeiras.

“Não sou a favor da violência, mas imaginem o que acontece se um corintiano vai provocar a torcida palmeirense. O que iria acontecer? Ele iria apanhar”, esbravejou, ao encerrar que Maninho “agiu em legítima defesa do PT e de Lula”. “Por que ele não estava em casa cuidando da mulher e dos filhos? Quem procura vai achar. Eu quero dar esse recado a todos. Se aqui nesta Casa, ou em qualquer lugar que eu estiver, se alguém falar m... para mim vai levar também.”

Já Vitoriano destacou que “quem conhece Maninho” e que “enxerga com olhos de justiça e não se deixa levar pelo sensacionalismo da imprensa” sabe que o ex-parlamentar “não é um ser humano do mal”. Josa criticou funcionários da Câmara que, segundo ele, “abraçaram Maninho no passado e estimularam ódio contra ele nos últimos dias”.

Também na quarta-feira, o caso pautou a primeira reunião do PT de Diadema depois do ocorrido. As opiniões ficaram divididas entre os militantes que achavam que o petista deveria ter ouvido as provocações calado e os que entenderam a atitude do ex-parlamentar. Não houve, segundo apurou o Diário, apelos por punições ao petista no partido.

A defesa de Maninho não quis comentar as denúncias registradas pelo ex-vereador. Além do petista e do filho, o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), Paulo Cayres, o Paulão, também será indiciado.