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Medeiros explica como governo pode pagar mínimo de R$ 177
Do Diário do Grande ABC
02/03/2000 | 16:03
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O deputado Luiz Antonio de Medeiros (PFL-SP) deu nesta quinta-feira, na porta do Ministério da Fazenda, uma "aula" para mostrar que o governo pode e tem condiçoes de pagar um salário mínimo de 177 reais - o equivalente a US$ 100 00.

Exibindo painéis a jornalistas, Medeiros, que é representante da comissao do PFL sobre salário mínimo, apresentou números e medidas que, segundo ele, sao capazes de garantir a diferença de recursos necessários para o pagamento do salário de 177 reais. Ele disse que o governo pode pagar esse salário fazendo uma "guerra total à sonegaçao", acabando com a renúncia fiscal e perda de receita da Previdência e aumentando o esforço de cobrança das dívidas previdienciárias das empresas.

Segundo os números apresentados por Medeiros, essas dívidas correspondem atualmente a R$ 70 bilhoes, mas, de acordo com o deputado a Previdência vem recolhendo apenas 2% da dívida das empresas. Pela proposta de Medeiros, se o governo aumentar para 5% o recolhimento dessa dívida, seria possível arrecadar aos cofres da Previdiência R$ 3,5 bilhoes - valor que, segundo ele, é mais do que suficiente para a recomposiçao do salário mínimo para 177 reais. De acordo com os dados apresentados pelo deputado, a elevaçao do mínimo para 177 reais permitiria uma receita adicional para a Previdência de R$ 616 milhoes no período de maio a dezembro.

Ainda de acordo com os cálculos dele, a remissao que o poder público concede a determinados segmentos econômicos ou categorias, como clubes de futebol, casas de jogos, produtores rurais e entidades filantrópicas e a perda de receita proveniente do programa Simples sao responsáveis por uma reduçao de R$ 1,606 bilhao na arrecadaçao previdenciária.

Medeiros vai encontrar-se com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo, responsável, na pasta, pelos estudos relativos a aumento do salário mínimo. O deputado defendeu a pena de prisao para os sonegadores e empresários que se apropriam indevidamente do "dinheiro sagrado" da Previdência. Ele disse que foi ao ministério apresentar os estudos sobre a fonte de financiamento do salário mínimo para cobrir o impacto desse aumento nas contas da Previdência porque, na última conversa que teve com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, este lhe pediu que mostrasse de onde tirar o dinheiro para o reajuste.




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