"O cenário permanece benigno, mas não podemos esperar que este cenário fique assim para sempre", afirmou Ilan Goldfajn durante entrevista, por teleconferência, a jornalistas da imprensa internacional. "Temos que continuar na agenda de reformas e ajustes da economia", acrescentou.
Ele pontuou que, no último ano, a agenda de reformas e ajustes da economia foi "bastante intensa", mas que é preciso continuar neste caminho para manter a inflação baixa no futuro. De acordo com o presidente do BC, a expectativa é de que a inflação fique próxima de 3,8% em 2018 e de 4,0% em 2019 e 2020. "Nós indicamos que no nosso cenário é de um corte adicional da Selic (a taxa básica de juros) no próximo encontro do Copom, a menos que as condições se alterem", acrescentou Ilan, em referência ao encontro do comitê em maio.
Ilan citou ainda as reservas internacionais do Brasil, atualmente em US$ 383 bilhões, e a posição da instituição em swaps, próxima de US$ 24 bilhões, como fatores para que o País resista à volatilidade. "Temos o suficiente de reservas e de swaps para enfrentar qualquer cenário à frente", disse.
Crescimento
Ele também repetiu, no início da entrevista, a avaliação de que a economia brasileira tem se recuperado de forma gradual, mas consistente. "Não é sempre numa linha reta, temos altos e baixos", disse, acrescentando que o mercado espera alta do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2,5% e 3,0% para este ano. "É uma recuperação consistente."
Perspectivas para o Copom
O presidente do Banco Central afirmou que não há mudanças na perspectiva da instituição para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). O comentário foi feito após questionamento a respeito da baixa inflação, de apenas 0,09% em março, divulgada na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Nós sempre analisamos o que ocorreu nas reuniões, mas não há mudanças nas perspectivas", afirmou Ilan. "Nós indicamos para a próxima reunião um novo corte da Selic (a taxa básica de juros)." Posteriormente, conforme Goldfajn, serão avaliadas as informações disponíveis. O presidente do BC salientou que o Copom sempre observa os riscos de ambos os lados - ou seja, de uma inflação baixa, de um lado, e de frustração com as reformas com reversão do cenário externo favorável, de outro.
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