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Termina prazo para Lula se apresentar à PF em Curitiba

Lideranças políticas fazem discursos em caminhão de som e pedem que militância 'resista'

Do Diário OnLine
Com ABr
06/04/2018 | 17:05
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EBC


Atualizada às 19h41

Terminou às 17h desta sexta-feira (6) o prazo estipulado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal no Paraná, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se apresentar à Polícia Federal em Curitiba. 

Com a ordem de prisão, expedida ontem (5), Lula está no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, desde as 19h de quinta-feira. O ex-presidente reuniu-se com lideranças do partido e seus advogados. Por volta das 18h, ele acenou da janela do segundo andar. Ainda há expectativa em torno de um possível discurso do ex-presidente. 

Do lado de fora, militantes fazem vigília em apoio a Lula. Pouco antes das 17h, a multidão fez uma contagem regressiva. Lideranças políticas discursam em cima de caminhão de som e pedem que os manifestante não vão embora e “resistam”. A cada fala, os presentem entoam o grito de “olé olá Lula Lula”.

Nenhuma informação sobre os próximos passos de Lula, contudo, foi divulgada oficialmente. O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas de Moraes, afirmou que não há descumprimento de ação, uma vez que o ex-presidente está dentro do sindicato , um lugar onde todos sabem onde é. 

Entre os presentes estão os pré-candidatos à Presidência Manuela D"ávila (PcdoB) e Guilherme Boulos (PSOL); a  presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; o ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT); a deputada federal e a ex-prefeita de São Paulo pelo PT, Luiza Erundina (PSOL), entre outros.

“Não estamos descumprindo ordem de ninguém, até porque se alguém rasgou a Constituição foi quem condenou sem provas e quis determinar prisão em trânsito em julgado. Estamos aqui para garantir a Constituição”, disse Boulos.

"Moro deu a opção de Lula ir até Curitiba, mas o presidente disse "não, vou ficar em lugar público e ao lado do meu povo". Endereço público é conhecido, então não há o que falar em descumprimento judicial. Optamos por isso não por afrontar, mas também não espere que a gente dê caminho para o brete, como gato que vai para o matadouro", disse Gleisi. 

"Não querem calar somente o Lula, querem calar todos os partidos de esquerda e a classe trabalhadora. Precisamos aproveitar esse período de grande unidade da esquerda para travar a luta contra os , a direita e os golpistas", afirmou Marinho, pedindo desculpas à vizinhança pelo barulho. 

Violência 

Por volta das 19h, dois homens inciaram uma discussão que terminou em violência. A GCM (Guarda Civil Municipal) interveio e uma pessoa ficou ferida. 

Em falta

Desde o fim da tarde, o fornecimento de água para o Sindicato dos Metalúrgicos está interrompido. Caminhão-pipa foi contratao para dar conta do público que frequenta o local desde ontem. 

Negociação

Em Curitiba, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula informou que estava negociando com a defesa do ex-presidente para que ele se apresentasse. De acordo com o delegado, não está descartado o prosseguimento da negociação mesmo após o fim do prazo estabelecido pela Justiça.

O delegado disse que a intenção é evitar confrontos, já que o ex-presidente está no sindicato cercado por apoiadores. Igor de Paula acrescentou que é remota a chance de a Polícia Federal entrar no sindicato para prender o ex-presidente.

STJ

Antes das 17h, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Félix Fischer negou habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente  para anular o decreto de prisão assinado pelo juiz federal Sérgio Moro.

Na decisão na qual decretou a prisão, Moro explicou que Lula não ficará em uma cela “em atenção à dignidade cargo que ocupou”. De acordo com o juiz, o ex-presidente deve ficar separado dos demais presos para “preservar sua integridade física e moral”.

A prisão de Lula foi decretada com base no entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), fixado em 2016, que autorizou a execução provisória da pena de condenados pela segunda instância da Justiça. Na quarta-feira (4), a defesa do ex-presidente tentou reverter o entendimento, mas, por 6 votos a 5, a Corte negou um habeas corpus preventivo para evitar a prisão. (Com informações de Júnior de Carvalho)
 




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