A mecanização da arte é o mote de Tempo de Comédia, que reestreará no sábado, em São Paulo. Bem-humorado, o texto conta a história de atores robôs que trabalham em novelas de baixo orçamento.

No enredo, jovem escritor entra em contato com um diretor de comédias que vive de dirigir atores robôs. JC-F31-333, uma das atrizes robóticas, apelidada de Jacie, é programada de maneira errada e não consegue parar de rir.

Com medo de que seu senso de humor seja defeito em suas atuações, ganha, por ideia do escritor, uma comédia, despertando inveja alheia de uma diretora, que exige que limpem a memória de Jacie.

Desesperado, o escritor decide fugir com a atriz-robô e os dois passam por diversas peripécias até se apaixonarem.

"É uma comédia com dois pontos de vista, um dos atores, que podem, através dela, repensar o tipo de arte que está representando O outro é do público, que se pergunta que tipo de arte está consumindo", diz a diretora, Eliana Fonseca.

Em um tempo no qual a maioria se encaminha para a mecanização dos atos e pensamentos, a robô segue caminho inverso. "O computador é binário, sim ou não. A Jacie se encontra através do humor e tem consciência de como estabelecer uma relação existencial com o mundo através dele."

Tempo de Comédia - Teatro. No Teatro Cleyde Yáconis - Avenida do Café, 277, São Paulo. Tel.: 5070-7018. 6ª, às 21h30; sáb., às 21h e dom., às 19h. Ingr.: R$ 30 (6 e dom.) e R$ 40 (sáb.). Até 28 de novembro.