O ministro Furlan não escondia a satisfação e alegria, durante a solenidade, no Palácio do Planalto, quando a nova diretoria foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encerrando período de polêmicas que caracterizou a gestão de Carlos Lessa à frente do BNDES. Lessa nunca se submeteu à orientação de Furlan e conduziu o banco a partir de critérios próprios, que não eram discutidos com o ministro.
Furlan fez questão de destacar a sintonia com Mantega como um diferencial na atuação do BNDES a partir de agora. ‘‘Somos amigos, companheiros, participamos juntos da formulação da política industrial e, certamente, vamos ter uma convivência muito tranqüila’’, disse. ‘‘Temos de fazer, em conjunto, que o BNDES seja, efetivamente, a principal ferramenta do crescimento econômico’’.
Quando foi indicado para o cargo, Mantega chegou a afirmar que se reportaria diretamente ao presidente Lula, mas a solenidade de quinta-feira teve como ponto alto a demonstração explícita de que BNDES e Ministério atuarão em sintonia. ‘‘Nos reunimos cinco ou seis vezes debatendo planos para o banco para que tenhamos uma equipe entrosada com a política industrial do ministério’’, afirmou, entusiasmado, o ministro Furlan.
Mantega indicou para a vice-presidência seu braço direito no período em que esteve à frente do Ministério do Planejamento: o economista Demian Fiocca. Paulista, 36 anos, mestre em economia pela USP, Fiocca era chefe da assessoria econômica do ministério e o responsável pelas negociações e elaboração do projeto que cria as PPPs (Parcerias Público-Privadas), menina dos olhos de Mantega. Também montou a equipe que irá auxiliar o governo nas análises dos projetos.
O financiamento dos investimentos que serão feitos por meio das PPPs contará com total apoio do BNDES, como fez questão de ressaltar Mantega. ‘‘Ainda não está definido se teremos unidade específica dentro do BNDES para tratar desses projetos’’, afirmou. Com passagens pelo setor financeiro e industrial privado, Fiocca tem o que o presidente do BNDES classificou como o perfil ideal. ‘‘Conhecimento das áreas financeiras, indústrial e também do governo. É isso o que precisamos’’, disse.
A nomeação do economista Antônio Barros de Castro para área de Planejamento reforça o interesse do governo em fazer com que o BNDES seja o principal suporte financeiro da política industrial.
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