Preservar o meio ambiente e ao mesmo tempo se servir das belezas naturais para impulsionar a economia é equação possível, mas é preciso que se faça trabalho sério e cuja premissa básica seja educar a população local e visitantes de fora sobre a importância da proteção. Projeto da Secretaria de Gestão Ambiental da Prefeitura de São Bernardo, que começa neste mês, vai nesse sentido e terá por base a diversidade da fauna e flora espalhada por nada menos do que 19 mil hectares de florestas, a maior parte de espécies nativas da Mata Atlântica.

Sem contar que 60% do território da maior cidade do Grande ABC estão em área de manancial, responsável pelo abastecimento da Represa Billings, que completa 93 anos no dia 27. Que, aliás, também terá papel fundamental no script de turismo ecológico traçado para o município, porque pelas suas águas devem ocorrer passeios monitorados e outras atividades, sempre voltadas a reforçar a importância de evitar a degradação do meio ambiente. Ou então chamar a população a colaborar para a recuperação do entorno do reservatório, já tão castigado pelo despejo de esgoto clandestino e lixo de toda sorte.

A proposta está colocada e toda a administração deve trabalhar com afinco para que não seja mais uma a ficar no papel, como tantas outras com o mesmo fim, e não apenas no município. A bem da verdade, é projeto que deve alcançar o resultado esperado até para que sirva de exemplo para outros administradores do Grande ABC, cujas cidades também têm bom potencial para explorar o turismo ecológico como forma de alavancar o desenvolvimento econômico, sobretudo Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, cujos territórios estão 100% em área de preservação.

São Bernardo sai na frente, mas seria importante o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC assumir a frente e transformar a proposta em bandeira regional. O ambiente que abriga cerca de 2,7 milhões de moradores agradeceria o esforço em educar para preservar.