Comitiva entende que Grande São Paulo deve buscar integração com capacidade de execução
A comitiva de Turim, na Itália, e da União Europeia realizou ontem uma visita à Capital paulista e sugeriu que o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo tenha poder de decisão e que não seja apenas um órgão consultivo.
Para o gestor da cooperação internacional da União Europeia, Stefan Unseld, o desafio começa pela promoção de soluções integradas. “Existe uma complexidade da Capital, que se acentua com as cidades vizinhas da Região Metropolitana. Esse processo tem que ser coordenado com todos, pois hoje é mais fácil para cada cidade se concentrar em seus problemas e depois procurar soluções em conjunto”, comentou.
Unseld deu justamente o exemplo de Turim para embasar sua tese. “Eles fazem parte de uma região, de um país, além de manter diálogo com todos os níveis políticos para ter um sistema coerente para resolver problemas em contexto nacional, integrando todos os tomadores de decisões”, defendeu.
A cidade italiana faz parte da região de Piemonte, que possui um conselho que, além de discutir obras, também tem poder de executar as intervenções.
Na visão de Chiara Ferroni, analista de negócios da Torino Wireless Foundation, uma companhia privada que promove pesquisas e gerencia projetos de smart cities, os projetos desenvolvidos pela cidade de São Paulo podem servir como orientação para o Grande ABC. “O encontro teve uma boa demonstração de sistema de mobilidade e deve inspirar outras cidades vizinhas à Capital. O sistema atual deveria ser muito melhor do que é agora. As perspectivas para o Grande ABC são boas, pois existem projetos que melhoram a infraestrutura e os sistemas urbanos. A avaliação é positiva”, resumiu.
O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Fabio Palacio (PR), afirmou que os dirigentes da cidade de Turim ainda analisam a estruturação. “Houve dificuldade por parte deles para entender a falta de integração entre os sistemas. Por isso, sugeriram a criação de câmaras temáticas, que não podem ser só consultivas e sim executivas. Se não perderia a efetividade”, afirmou.
No roteiro, os executivos da cidade italiana fizeram reuniões na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), tiveram reunião na Secretaria de Mobilidade Urbana e Transportes do município de São Paulo e encerraram a excursão no centro de controle operacional da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
O encontro na universidade paulista serviu para que fossem discutidas possibilidades de cooperação entre as escolas politécnicas das duas cidades, que já possuem parceria e pretendem aumentar o campo de possibilidades.
O giro da comitiva europeia será encerrado hoje, quando serão realizadas reuniões técnicas no Instituto Mauá e, no fim da tarde, será apresentado um balanço da visita.
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