Com o objetivo comum de chamar a atenção do governo e da sociedade para problema que há meses assola as indústrias brasileiras, a enxurrada de importações e a excessiva carga tributária, trabalhadores, empresários e estudantes se manifestaram conjuntamente. O ato contra a desindustrialização reuniu cerca de 90 mil pessoas no estacionamento da Assembleia Legislativa, segundo os organizadores.

O presidente da Assembleia, Barros Munhoz, ressaltou que alguns criticaram o ato por atrapalhar o trânsito. "O transtorno maior é uma família enfrentar o desemprego do chefe da casa, porque pior de tudo é não ter emprego e renda."

Na avaliação de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o tema se faz ainda mais importante por ter abrangência nacional. "Queremos garantir emprego qualificado no Brasil. Essa manifestação demonstra a maturidade dos trabalhadores."

Para Juruna, as medidas tomadas pelo governo federal anteontem, com o anúncio de pacote de estímulo à competitividade da indústria de R$ 60 bilhões, já são parte da resposta buscada pelos trabalhadores e empresários.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avaliou que as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff só tratam os efeitos e não as causas da desindustrialização. "Não resolvem o problema mais grave, que é a falta de competitividade." E, isso, só será solucionado com a desvalorização do real frente ao dólar. Empresários do setor defendem que, para melhorar o cenário, o dólar deve superar os R$ 2. Hoje, está em R$ 1,83.