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Dias anuncia criaçao do grupo de combate ao crime organizado
Do Diário do Grande ABC
08/11/1999 | 14:14
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O ministro da Justiça, José Carlos Dias, anunciou nesta segunda-feira a criaçao de um grupo integrado por dois delegados da Polícia Federal, dois procuradores, dois representantes do Ministério da Justiça, funcionários do Banco Central e da Receita Federal para combater o crime organizado. Segundo ele, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado vai começar a trabalhar provavelmente no início da próxima semana.

Neste domingo, o ministro explicou como funcionará o trabalho do grupo. 'Esse grupo deve começar a funcionar já na próxima semana e vai trabalhar em situaçoes de emergência, fazendo levantamentos e trazendo dados. A proposta é que o grupo vá para o local onde há denúncias de crime organizado e faça uma coordenaçao enérgica da situaçao de emergência. Os integrantes do grupo vao trabalhar entrosadamente e de forma itinerante em situaçoes de emergência``. Ele nao soube dizer, no entanto, qual o primeiro caso em que o grupo vai atuar. 'Nao saberia dizer qual será o primeiro problema em que o grupo vai agir``, observou.

Para garantir o funcionamento do grupo, o ministro José Carlos Dias disse que irá solicitar, se for necessário, mais recursos ao presidente Fernando Henrique Cardoso que possibilitem o combate ao crime organizado no país. 'Nao vai ser por falta de recursos que o grupo vai deixar de funcionar``, disse o ministro. José Carlos Dias argumentou ainda que esta força especial nao irá atrapalhar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela CPI do Narcotráfico. 'Um vai ajudar o outro: a CPI pode complementar o trabalho do grupo e vice-versa``, ponderou o ministro.

A proposta de criaçao do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado será apresentada terça-feira na reuniao entre o presidente Fernando Henrique, o ministro da Justiça e os integrantes da CPI do Narcotráfico. 'Qualquer iniciativa para tentar enfrentar a questao do narcortráfico é válida``, disse o deputado Antônio Biscaia (PT-RJ), um dos integrantes da CPI do Narcotráfico. 'O combate ao narcotráfico e ao crime organizado tem que ser feito todo o tempo. Portanto, qualquer mecanismo que procure reprimir e combater o narcotráfico e o crime organizado é muito bem vindo``, comentou a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), outra integrante da CPI.

No encontro, os integrantes da CPI do Narcotráfico vao reivindicar ao presidente Fernando Henrique maior rapidez do Banco Central no fornecimento de informaçoes pedidas pela comissao. 'É muito importante que o Banco Central colabore conosco e nos forneça as informaçoes rapidamente, como a Receita Federal vem fazendo``, disse Antônio Biscaia. 'Queremos que o Banco Central nos dê as informaçoes solicitadas em no máximo 72 horas``, completou Laura Carneiro. O presidente da CPI do Narcotráfico, deputado Magno Malta (PTB-ES), também vai propor durante a reuniao com o presidente da República a inclusao obrigatória nos currículos escolas de disciplina sobre os maléficos das drogas.

A idéia do governo é que o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado atue da mesma forma que 'Os Intocáveis``, grupo norte-americano comandado pelo alto funcionário da Receita Eliot Ness. O trabalho deste grupo dos Estados Unidos ganhou fama mundial com a prisao, na década de 30, do mafioso Al Capone. A versao brasileira dos 'Intocáveis`` ficará sediada em Brasília, mas vai se deslocar por todo o país para desbaratar os crimes de narcotrárico, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e movimentaçao irregular de recursos.

Para o sucesso do grupo, o ministro da Justiça também está disposto a transformar a Polícia Federal em uma mega-instituiçao, com o reaparelhamento da força, treinamento e contrataçao de policiais. 'Quero dotar a Polícia Federal de instrumentos para funcionar bem. Vamos fazer concurso público para aumentar o número de cargos na PF e destinar recursos para a academia da Polícia Federal a fim de que ela se transforme em um centro de treinamento também para policiais civis e militares``, disse José Carlos Dias.




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