Política Titulo
Vereadores trocam empurrões na Câmara de São Bernardo
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
11/06/2009 | 08:11
Compartilhar notícia


O que era para ser uma sessão tranquila em São Bernardo, após reunião apaziguadora na semana passada entre líderes de bancada, transformou-se em empurra-empurra e bate-boca entre vereadores de oposição e situação. Coube à turma do deixa disso evitar que os políticos chegassem às vias de fato.

A confusão ocorreu ontem 30 minutos antes do fim da plenária ordinária, às 12h30, quando os parlamentares votariam 14 proposituras por acordo, tirando o Legislativo da inércia.

Nesse momento, Admir Ferro (PSDB) foi conferir o número de matérias que entrariam para votação na sessão extra, que seria aberta às 13h05 e contabilizou 15 projetos. Foi acrescentado um requerimento de convocação da secretária de Educação e Cultura, Cleuza Repulho, para explicar na Câmara o motivo da paralisação de equipamentos que estão estocados e que deveriam estar em funcionamento nas escolas desde a gestão passada. A propositura já havia causado conflito, mas em menores proporções, na quarta-feira passada.

O tucano foi à tribuna e afirmou que a 15ª propositura fora incluída pelos governistas de maneira "leviana". O líder do governo na Casa, José Ferreira (PT), reagiu à declaração e aproximou-se de Ferro. Os dois se empurraram e trocaram ofensas verbais mútuas. A animosidade tomou conta também do público que acompanhava a sessão. Quatro guardas municipais tiveram de intervir para evitar o tumulto do lado de fora do plenário.

Na versão do tucano, Ferreira teria o xingado de "ladrão". "Ele falou que meti a mão nos cofres públicos (quando era secretário de Educação) e isso não vou aceitar. Agora vai ter de provar o que disse", observou Ferro, que vai "tomar as medidas judiciais cabíveis" contra o petista.

Zé Ferreira, por sua vez, negou as agressões verbais e ressaltou que "nunca" desrespeitou companheiros de Parlamento. "Sempre tive muito respeito por todos e jamais falei esse tipo de coisa nem na Câmara nem nas ruas. Ele estava de cabeça quente."

Durante a confusão, Tião Mateus (PT) e Hiroyuki Minami (PSDB) também se exaltaram e colocaram o dedo em riste, mas foram contidos por outros pares. Sérgio Demarchi (PSB) foi jogado para trás e quase se chocou com a mesa da taquigrafia. "Foi instinto de defesa do pessoal", minimizou o socialista.

DECORO - As rotineiras discussões ríspidas, inclusive com ofensas pessoais, mas sem consequências para os envolvidos, trazem à tona um projeto engavetado no Legislativo de São Bernardo há cerca de 15 anos.

Projeto que prevê a criação da Comissão de Ética na Casa passou por várias discussões ao longo desses anos, mas sempre terminou arquivado. O presidente da Câmara, Otávio Manente (PPS), frisou que a ideia poderá ser debatida na atual legislatura.

"As agressões pessoais estão passando por cima da política. Vamos analisar a necessidade de montar a comissão para controlar a conduta dos parlamentares", salientou o popular-socialista, que pretende reunir os 21 vereadores nos próximos dias para "lavar a roupa suja" e tentar "amenizar" o clima quente do Legislativo.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;