O extinto partido iraquiano Baath ameaçou nesta quarta-feira atacar os interesses americanos nos quatro cantos do mundo em caso de execução do presidente deposto Saddam Hussein, condenado à morte no país. "O principal responsável por qualquer ação contra o presidente Saddam Hussein é o governo americano, que decide tudo em Bagdá, e não o governo fantoche iraquiano”, diz um comunicado.

"A execução do presidente e de seus companheiros é a mais importante das linhas vermelhas que o governo americano não deve cruzar", acrescenta o partido, destacando que o enforcamento de Saddam Hussein "não enfraquecerá a revolução, mas a intensificará".

A corte de apelações do Alto Tribunal Penal iraquiano ratificou terça-feira a condenação à morte do ex-ditador, pronunciada em 5 de novembro pela execução de 148 aldeões xiitas de Dujail nos anos 80. A sentença deve ser executada nos 30 próximos dias.

Em uma carta ao "povo iraquiano" redigida depois de sua condenação à morte, mas antes da confirmação da sentença, Saddam diz que morrerá como mártir e afirma "se sacrificar" pelo seu povo, que ele conclama a se unir "ante os inimigos" americanos e iranianos.

Teoricamente, a condenação à morte ainda deve ser assinada pelo presidente Jalal Talabani, contrário à pena capital, mas que já deixou seu vice-presidente assinar muitas outras sentenças de execução nos últimos meses.