França e Grécia apresentaram nesta terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução para proteger os jornalistas nas zonas de conflito, anunciou o embaixador francês nas Nações Unidas, Jean-Marc de la Sablière.

O projeto prevê principalmente a condenação dos ataques contra jornalistas durante os conflitos armados e pede que os beligerantes respeitem sua independência profissional e seus direitos, explicou o diplomata francês à imprensa.

Lembrando que 75 jornalistas morreram este ano cobrindo os diversos conflitos no mundo, Sablière disse que "chegou a hora de enviar uma mensagem forte às partes envolvidas em conflitos para lembrar sua obrigação de impedir, de investigar e de punir todas as formas de violência contra os jornalistas".

A iniciativa franco-grega recebeu o apoio da Dinamarca, do Reino Unido e da Eslováquia, acrescentou o embaixador, destacando que uma reunião de especialistas está marcada para quarta-feira para discutir o projeto, que espera ver aprovado "muito em breve".

O projeto, do qual a AFP obteve uma cópia, "condena todos os ataques contra os jornalistas e os profissionais dos meios de comunicação nas situações de conflito armado e pede a todas as partes envolvidas que ponham um fim a estas práticas".

O texto ressalta que "os jornalistas envolvidos em missões perigosas em zonas de conflito devem ser considerados civis e respeitados e protegidos como tais, enquanto não se comprometerem em atos contrários a sua condição de civis".

O projeto afirma que "o ataque deliberado contra civis e outras pessoas protegidas e as violações sistemáticas, flagrantes e generalizadas do direito humanitário internacional em um conflito armado podem ser considerados uma ameaça à paz e a segurança internacional".

Neste caso, diz o documento, o Conselho de Segurança está "pronto para examinar este tipo de situação e tomar, o quanto antes, as medidas apropriadas".