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ONU descarta rápido retorno de seus funcionários ao Iraque
Da AFP
10/12/2003 | 18:11
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, descartou em relatório publicado nesta quarta-feira um retorno rápido dos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Iraque, pois o problema da segurança permanece e tende até, segundo ele, a aumentar.

Neste relatório de 25 páginas destinado ao Conselho de Segurança, Annan destacou, no entanto, que "as Nações Unidas não abandonarão seus compromissos com o Iraque", e anunciou a designação de um representante especial interino para substituir o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em agosto passado durante um atentado contra a sede da ONU em Bagdá.

"As Nações Unidas se preparam para retornar rapidamente ao Iraque, se o povo iraquiano assim o desejar e se a situação no terreno o permitir", escreveu o secretário-geral.

No entanto, "o perigo representado atualmente pela resistência iraquiana, com ataques reforçados e cada vez mais sofisticados, é real", avisou Annan.

O secretário-geral anunciou em seu relatório que resolveu designar um neozelandês que já trabalhou muito na ajuda humanitária de emergência, Ross Mountain, como seu representante especial interino no Iraque.

Atualmente número dois do Escritório de coordenação dos assuntos humanitários (OCHA), Mountain será o responsável pela equipe de base da Missão de assistência das Nações Unidas no Iraque (MANUI), até a nomeação, numa data não especificada, de um novo representante especial para o país árabe.

Mountain substitui Sérgio Vieira de Mello, morto em 19 de agosto passado com 21 outras pessoas durante um atentado com carro-bomba contra o Hotel Canal, a sede da ONU em Bagdá.

Destacando que é "atualmente impossível saber quando a situação permitirá desdobrar totalmente a MANUI no Iraque", Annan anunciou ter decidido "iniciar este processo, estabelecendo uma equipe de base no exterior do país".

Esta equipe, que deverá ser operacional no início de 2004, será "temporariamente" instalada em Nicósia (Chipre).

Annan ressaltou que "outras equipes serão posicionadas em Amã e em outros lugares da região", provavelmente, segundo informantes, na Turquia, e talvez no Kuwait.

A equipe de base será inicialmente formada por cerca de 40 especialistas em ajuda humanitária, desenvolvimento, direitos humanos, segurança e logística. Ela será aumentada com 20 pessoas quando for designado, numa data não especificada, o novo representante especial das Nações Unidas para o Iraque.

Na opinião de Annan, "é pouco provável que o ambiente melhore a curto e médio prazo no Iraque, e a situação pode, ao contrário, continuar piorando".

"Antes de mais nada, devemos admitir que o problema da insegurança não pode ser resolvido apenas com meios militares", escreveu Annan em seu relatório.

O secretário-geral da ONU sugeriu "uma solução pacífica", que inclua grupos, indivíduos e países da região no processo político de transição no Iraque.




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