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Timão luta contra vexame histórico
Anderson Fattori
Com Agências
02/02/2011 | 07:22
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Um vulcão prestes a entrar em erupção. Assim pode ser definido o Corinthians que enfrenta o Tolima, hoje, às 22h, no Estádio Manuel Murillo Toro, na Colômbia, em busca de vaga na chave principal da Copa Libertadores. A iminência de ser precocemente eliminado fez com que o técnico Tite mexesse profundamente na estrutura da equipe. Ele barrou o badalado meia Bruno César e deve escalar o volante Paulinho no meio-campo. Estranhamente vetado, Roberto Carlos dá lugar a Fábio Santos.

Com o empate por 0 a 0 no primeiro jogo em São Paulo, na semana passada, o Timão precisa vencer ou empatar com gols para se classificar. Novo 0 a 0 leva a decisão para pênaltis. Se vencer, o Tolima conseguirá a façanha de eliminar pela primeira vez um representante brasileiro na fase da pré-Libertadores.

É evidente que o elenco está sentindo a pressão pelo título inédito do torneio sul-americano. Nem mesmo no Campeonato Paulista o time tem correspondido e a possibilidade do vexame histórico contra o Tolima passa a fazer parte da realidade. "Tenho medo, sim, (da eliminação), não vou mentir. Se fosse clássico paulista, estaria mais tranquilo, mas o Tolima jogou muito bem e agora decide em casa", avaliou Roberto Carlos, que sentiu lesão na coxa direita.

Diante da crise, o técnico Tite resolveu mexer na equipe. Por opção técnica, o meia Bruno César, considerado o destaque do time em 2010, foi barrado. No treino de ontem, na Colômbia, o treinador primeiro escalou o volante Paulinho,exigindo que o atacante Jorge Henrique voltasse para buscar jogo, depois testou formação mais ofensiva com o peruano Luis Ramírez na armação. "Está definido que é o Paulinho (o titular). Ele tem entrosamento com o time" resumiu Tite.

O treinador tem usado discurso emotivo para tentar mudar o clima e levantar o astral da equipe. Na Colômbia, o treinador valorizou o clube e mostrou confiança na classificação. "Corinthians tem uma marca que não pode ser vendida. Somos um time competitivo em sua essência. E não podemos perder isso, seja dentro ou fora de casa. Vamos ser competitivos contra o Tolima", prometeu.

Sem Roberto Carlos, pressão recai sobre o atacante Ronaldo

Ronaldo era a personificação da confiança na última rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Corinthians empatou por 0 a 0 com os reservas do Goiás e terminou na terceira colocação. "Isso não será um problema para nós", declarou na ocasião, referindo-se à dificuldade de ter que disputar a fase pré-Libertadores.

Hoje, dois meses depois, o Fenômeno, talvez, tenha mudado de opinião. O bom desempenho do Tolima no empate por 0 a 0 no Pacaembu ligou o sinal de alerta dos corintianos e aumentou a pressão sobre os jogadores mais experientes. Sem Roberto Carlos, contundido, sobrou para Ronaldo a missão de comandar a equipe.

Agora capitão, o Fenômeno exerce liderança e influencia o ambiente da equipe. Após o empate contra o Noroeste, no Pacaembu, pela terceira rodada do Paulistão, o atacante se queixou do egoísmo de alguns jogadores. Tite colocou panos quentes no assunto e negou que Ronaldo estivesse falando sobre Bruno César. Mas, no fim das contas, o meia foi sacado do time. Ontem, Ronaldo preferiu o silêncio e não deu entrevistas.

Em casa, colombianos perderam apenas uma partida em 2010

O Corinthians terá outros adversários pela frente além do Tolima hoje à noite. As péssimas condições do Estádio Manuel Murillo Toro, por exemplo, será mais um empecilho na luta por vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. O retrospecto do rival em seu teritório também.

Em 2010, com 42 jogos disputados em seu domínio, o time colombiano foi derrotado apenas uma vez. Conseguiu 28 vitórias e 13 empates o que representa aproveitamento de 76,9%. A única derrota foi para o Santa Fé, por 2 a 1, no dia 4 de setembro, pelo Campeonato Colombiano.

Apesar do bom desempenho, o Tolima não costuma levar grande número de torcedores às arquibancadas. O aliado é mesmo a péssima condição do gramado, que dificulta a condução da bola e permite ao time colombiano, mais adaptado, levar vantagem.

Roberto Carlos, um dos únicos a falar ontem, avaliou o gramado. "É um estádio antigo, nada a ver com o Pacaembu. Está ruim, mas a Conmebol nos manda jogar e precisamos ir bem."




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