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Refeição da SP é motivo de protesto em Diadema
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
06/03/2009 | 07:00
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No primeiro ato público da campanha salarial 2009 do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), ocorrido ontem à tarde no Legislativo, os servidores defenderam a implementação do vale-refeição por parte da Prefeitura e criticaram a má qualidade da refeição oferecida pela SP Alimentação.

Desde março de 2002, a administração terceirizou o preparo e a distribuição das refeições para os servidores com a empresa paulista, que está sendo investigada pelo MP (Ministério Público) por supostas irregularidades - desde possíveis casos de licitação combinada e pagamento de propinas até troca de favores e má qualidade da comida oferecida para a rede de ensino municipal de São Paulo.

"Quer que eu diga a verdade: o marmitex é uma verdadeira lavagem", afirmou Marconio Siqueira da Silva, servidor público efetivo há 15 anos, ao acrescentar outros inconvenientes já encontrados por outros companheiros junto à refeição diária oferecida: "Cabelo, pedra e até parafuso".

Silva contou que a "má qualidade da comida" está provocando o cancelamento dos marmitex. "Estou agora trazendo marmita de casa, porque não tem mais condições de comer arroz requentado", ressaltou.

Sem levar comida de casa, Antonio Teixeira, 38 anos, 15 anos de Prefeitura, tem descontado mensalmente de vale-refeição R$ 37,84, de acordo com o holerite visto pela reportagem do Diário. "A comida é ruim demais. O marmitex, muitas vezes frio, vem sem salada nem suco. O cheiro embrulha o estômago", afirmou.

Sobremesa, segundo os servidores, é só de vez em quando. "Uma fatia de mamão ou uma banana batida. Paçoca ou suspiro", acrescentou outro funcionário da Secretaria de Obras, que preferiu não se identificar.

Para um plenário lotado com cerca de 200 servidores representantes de vários setores da Prefeitura, a presidente do Sindema, Jandyra Uehara, elencou para os vereadores alguns itens da pauta de reivindiçações da categoria.

O vale-refeição foi um deles, principalmente por ter sido recentemente aprovado, no valor de R$ 18, também para os 17 vereadores. "Há pelo menos três anos debatemos esse benefício nesta Casa", afirmou a servidora pública afastada para exercer à presidência do órgão.

Ainda de acordo com Jandyra, a Prefeitura paga hoje "R$ 6,37 por refeição à SP Alimentação" - cerca de 1.500 refeições são oferecidas. "Para uma comida de qualidade precária", ressaltou.

O menor valor de um vale-refeição pago por um servidor é de R$ 2,40, segundo a presidente. "A Prefeitura pode estender o tíquete-refeição para os 7.000 servidores, inclusive para movimentar o comércio da cidade e alavancar a economia. O direito tem de ser estendido a todos", alfinetou Jandyra, referindo-se ao fato de o benefício ter sido aprovado pelos vereadores.

Procurada para comentar sobre as críticas, a SP Alimentação mais uma vez não respondeu.




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