Cultura & Lazer Titulo Coisas Eróticas
Cinema sem pudor
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
04/04/2012 | 07:02
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Divulgação


A primeira vez é inesquecível. O contato com algo novo sempre deixa marcas em nossas lembranças. Além de acarretar em recordações, tais momentos podem redefinir muitos rumos. É o caso de 'Coisas Eróticas' (1982), de Rafaelle Rossi e Laente Calicchio, o primeiro filme brasileiro com conteúdo pornográfico. Considerado um dos grandes fenômenos do cinema nacional, a produção deu o pontapé inicial para que diversos títulos do gênero começassem a transformar o País hoje no terceiro maior produtor de filmes para adultos.

Ao ano que completa 30 anos de seu lançamento, o longa-metragem é tema do livro reportagem 'Coisas Eróticas - A História Jamais Contada da Primeira Vez do Cinema Nacional' (Panda Books, 200 páginas, R$ 35,90 em média), dos jornalistas Hugo Moura e Denise Godinho. A dupla apresenta sua pesquisa para o público hoje, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073. Tel.: 3170-4033), em São Paulo, no lançamento do projeto.

"Quando começamos a pesquisar, vimos que quase não havia informações sobre o filme. O gênero é o patinho feio do cinema", diz Moura, de São Bernardo. "É um filme completamente amador e que ilustra bem a primeira vez: desajeitado e inocente."

Tudo começou como um trabalho de conclusão de curso da faculdade e ainda no formato de um documentário de curta-metragem. Após a avaliação acadêmica, o filme se desenvolveu e se tornou um longa-metragem ainda inédito - com previsão de estreia para o segundo semestre. A dupla aproveitou a proposta de uma editora para publicar suas informações de maneira mais profunda.

Entre os detalhes revelados pelo livro, um dos mais curiosos fica por conta da identidade da atriz que ilustra o cartaz do filme. "Todas diziam ser elas e isso acabou se tornando um mistério que levamos dois anos para descobrir", revela. "Até hoje não sabemos realmente a verdade."

Outro ponto interessante é sobre a lenda de sua bilheteria, que, oficialmente, teria levado cerca de 4,7 milhões de pessoas aos cinemas. "Na época, era possível burlar esse esquema de contagem. É impossível afirmar um número, mas passa fácil dessa marca. Não se trata de uma opinião nossa. É um fato que levantamos", afirma Moura.




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