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Após rebelião, Beira-Mar deve ser transferido do Rio
Elisa Bartié
Do Diário OnLine
12/09/2002 | 16:11
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 O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos líderes do Comando Vermelho (facção criminosa que atua no comércio de droga em morros cariocas) deve ser transferido para outro Estado depois da rebelião que comandou no presídio de Segurança Máxima de Bangu I, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança do Rio, Roberto Aguiar. No motim, que teve fim na manhã desta quinta, quatro presos foram mortos, entre eles Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, carbonizado.

"Somos favoráveis à transferência de Beira-Mar e estamos negociando isso. Mas enquanto ele estiver aqui, ele não manda nada. Quem manda é o estado. É o poder eleito", afirmou.

Há informações de que, durante a rebelião, Beira-Mar teria conseguido unificar a liderança do tráfico de drogas no Rio. Estima-se que o traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, teria escapado da morte por aderir à unificação das quadrilhas. Ele teria traído o grupo a que pertenceria, o Amigo dos Amigos (ADA) e participado da matança.

Seis operários que trabalhavam dentro do presídio foram feitos reféns na rebelião. Todos passam bem, segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Aguiar. Os detentos rebelados entregaram as armas — cinco pistolas e uma escopeta — apenas com a presença de fotógrafos e cinegrafistas.

Além de Uê foram mortos os bandidos Carlos Roberto da Costa, o Robertinho do Morro do Adeus, Wanderley Soares, o Orelha (cunhado de Uê) e Elpidio Robô, todos da facção criminosa Terceiro Comando. Os corpos dos quatro mortos estão no Instituto Médico Legal (IML), onde devem ser periciados.

Roberto Aguiar negou que o preso Marcelo Lucas da Silva, o Café, foi morto durante o motim. Segundo o secretário, Café foi esfaqueado e levado ao Hospital Penitenciário.

Todos os detentos envolvidos na rebelião serão indiciados por homicídio e danos ao patrimônio público. Como forma de punição, a Secretaria de Segurança Pública determinou a proibição de visitas íntimas, a restrição para entregas de encomendas e alimentos, além da suspensão de regalias conseguidas em outras unidades prisionais.

Em entrevista coletiva, o secretário de Justiça, Paulo Saboya, afirmou que nenhum detento será transferido de Bangu I. "Embora (o presídio) não esteja em excelentes condições, pode manter desde que se evite ações como a que ocorreu há 24 horas", afirmou.

O secretário comentou também a notícia de que a direção de Bangu I sabia sobre a rebelião antes de ela estourar. Segundo o secretário, havia indícios de que um motim iria estourar nos próximos dias, mas a informação não foi passada ao governo estadual.




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