O Conselho de Segurança das Nações Unidas votou, nesta quarta-feira, uma extensão para a missão de paz na RDC (República Democrática do Congo) e apoiou a possibilidade de realizar ações militares.

A resolução votada por unanimidade autoriza a força, conhecida por sua sigla em francês Monuc, a usar "todos os meios necessários" para prevenir ameaças contra a população civil ou contra o processo de paz da nação da África Central.

"A Monuc pode usar táticas de isolamento e busca para prevenir ataques à população civil e impedir que grupos armados ilegais sejam capazes de continuar com a violência", nas problemáticas regiões do Leste da RDC.

"Consideramos que se trata de um texto muito bom, bastante forte", afirmou um diplomata britânico.

"O conselho deixa claro o apoio diante da presença cada vez maior da Monuc no leste da RDC e nas últimas semanas estamos apreciando os resultados disso", acrescentou.

No dia 1º de março, forças das Nações Unidas mataram 60 rebeldes em um duro confronto após o assassinato de nove soldados de Bangladesh na região de Ituri, em uma emboscada de uma guerrilha.

A Monuc -integrada por mais de 16,5 mil militares, policiais e pessoal civil - foi enviada para a volátil região oriental para ajudar no desarmamento e dar segurança à transição política desde a guerra do período 1998-2003 na RDC. A resolução aprovada estende seu mandato até o mês de outubro.

A força foi alvo de duras críticas nos últimos meses, depois que foram revelados casos de abuso sexual contra meninas locais. Estes episódios levaram o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a dar ordens de "não confraternizar".