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Presidente espanhol confirma que apóia os EUA contra o Iraque
Da AFP
30/01/2003 | 15:36
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O presidente do governo espanhol, José María Aznar, confirmou que seu governo apóia os Estados Unidos na crise iraquiana e que ele mesmo redigiu a declaração européia divulgada nesta quinta-feira de defesa das idéias de Washington sobre Bagdá.

De punho e letra do chefe do executivo espanhol saiu a carta aberta publicada nesta quinta-feira em 12 jornais e assinada por oito dirigentes europeus. Mas estão de fora Alemanha, França e Grécia, que atualmente preside a União Européia (UE), informaram porta-vozes da presidência em Madri.

O texto é uma "iniciativa de todos os signatários do artigo", insistiram fontes espanholas. A idéia básica não é de Aznar, segundo as mesmas fontes, que a atribuíram ao jornal conservador americano Wall Street Journal, que cita em artigo publicado nesta quinta-feira Aznar e o colega britânico Tony Blair como os pais desta iniciativa.

Os dois, em seu desejo de transformar-se na pedra angular de apoio ao presidente George W. Bush na Europa, se reunirão na noite de quinta-feira em Madri, pouco antes de um encontro entre Blair e o presidente americano em Camp David (Estados Unidos).

A reunião será uma nova ocasião para Aznar demonstrar suas cordiais relações com o trabalhista Blair, amigo pessoal e convidado, inclusive, para as festas familiares do presidente espanhol, apesar de nenhum falar a língua do outro.

Aznar não deixou de mostrar que é um aliado fiel de Londres e de Washington, fazendo suas, pouco a pouco, as diferentes facetas da visão americana sobre a ameaça terrorista mundial em geral e do problema iraquiano em particular.

Washington deu provas, também, de uma preocupação semelhante e quis tratar bem a Espanha, que tem novamente um lugar, não permanente, no Conselho de Segurança da ONU. As conversações telefônicas entre Bush e Aznar são, segundo a Casa Branca, "conversações amáveis entre dois bons amigos".

O governo espanhol também aceitou a idéia de que o regime de Saddam Hussein está ligado ao terrorismo internacional encarnado pela rede Al Qaeda. "A situação no Iraque está indissoluvelmente relacionada ao problema do terrorismo", declarou recentemente a ministra espanhola de Assuntos Exteriores, Ana Palacio, destacando "o risco de que os grupos terroristas recebam armas que fazem parte do arsenal iraquiano".

Em recentes detenções de supostos membros da Al Qaeda na Espanha, Aznar recordou, numa alusão ao Iraque, "a ameaça representada pelo acesso a armas de destruição em massa por grupos terroristas".

O chefe da oposição, o socialista Luis Rodríguez Zapatero, denunciou nesta quinta-feira que Aznar havia se alinhado milimetricamente com os Estados Unidos e o acusou de fomentar "a divisão" da UE" seguindo "os passos" de Bush.




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